quarta-feira, 30 de março de 2011

High Line Park

 High Line Park, o novo parque de Nova York projetado por James Corner Field Operations e Diller Scofidio +Renfro, que foi uma linha férrea elevada abandonada, construída na década de 30 e abandonada desde 1980.
High Line em funcionamento


O parque resulta da iniciativa da Associação dos Amigos do High Line, criada em 1999 para evitar a demolição da linha férrea. Em 2002 conseguiu provar para a prefeitura que os custos de construção e reforma do espaço seriam menores que os impostos gerados pelo parque. No ano seguinte foi aberto um concurso arquitetônico e paisagístico, dois anos mais tarde iniciou-se a construção, dividida em 3 fases
Todo o material que fazia parte da estrutura foi recolhido e mapeado, construiu-se um sistema de drenagem, o concreto que fazia parte da estrutura foi restaurado e impermeabilizado, os elementos de ferro foram lixados, pois a tinta original era a base de chumbo e portanto, tóxica, e repintados na cor original, os elementos que estavam quebrados foram restaurados e os que estavam faltando foram fabricados aproximando-se do desenho original.
A primeira fase da construção conta com a instalação de 3.500 placas pré-fabricadas de concreto para laje, 60 assentos de ipê brasileiro e peruano, 2 elevadores, 2 escadas rolantes, cerca de 1000 árvores plantadas, 50 000 mudas de diferentes vegetações, luminárias LED integradas aos trilhos.
A idéia dos autores era “reajustar um veículo industrial e o transformar em um instrumento de prazer pós-industrial”. Localizado na zona oeste de Manhattan, o parque possui uma das melhores vistas para o Rio Hudson entre as ruas 14 e 15. Este é o segundo parque construído a partir de linhas férreas, o primeiro, o Promenade Planteé, é em Paris.


Comentário
O High Line Park nasceu para preservar a historia da cidade. Foi uma parceria pública e privada que mudou a vida e cotidiano das pessoas. O projeto foi pensado em todos os detalhes e foi um sucesso e hoje serve de modelo para outras cidades.


domingo, 27 de março de 2011

VISITA TÉCNICA INHOTIM


Inhotim é o maior museu da arte contemporânea da América latina,um dia só não é possível visitar e ver todas as obras, todo o paisagismo do parque foi pensado e posso afirmar que tudo é maravilhoso e  perfeito.
Inhotim fica localizado em Brumadinho  uma cidadezinha de interior, bem mineira com boas comidas no fogão a lenha com bebidas e festa de interior com musica sertaneja. Fica apenas 60 km de BH.

sábado, 26 de março de 2011

Cabo Frio inicia projetos de revitalização do Centro da cidade

LAST_UPDATED2 Escrito por Vanessa Campos / Thuany Motta Qui, 11 de Março de 2010 10:58
A Prefeitura de Cabo Frio começou o mês de março dando o pontapé inicial para a realização do pacotão de obras anunciado pelo Prefeito Marquinho Mendes na última semana. Com o objetivo de revitalizar os pontos turísticos da cidade, a Secretaria Municipal de Obras, em parceria com a Secaf, iniciou, no dia 1º de março, a recuperação total do Boulevard Canal, com uma série de ações no local, como pavimentação de ruas, reposicionamento da iluminação no deck e serviços de drenagem.
Segundo o Secretário de Obras, Carlos Sant’Anna, a previsão para concluir a revitalização do Canal é de 30 dias. Durante este período, moradores e visitantes poderão ir observando as mudanças na paisagem de toda a orla do Canal, que contará com a pavimentação de ruas com paralelepípedos e blocos de concreto e recuperação das calçadas com cerâmicas, pedras portuguesas, meio fio e caixa de ralo.
- Estamos iniciando, a partir do Boulevard Canal, uma série de obras planejadas pelo Prefeito Marquinho Mendes mas que, infelizmente, precisaram ser interrompidas no ano passado em função da crise econômica mundial. Contudo, agora estas realizações seguirão um cronograma iniciado pela revitalização do Canal, simultaneamente à colocação de pedras portuguesas e recuperação das calçadas também na Avenida Assunção – afirmou o secretário.
Além da manutenção de calçadas e paralelepípedos, o Boulevard Canal também sofrerá serviços de drenagem a fim de facilitar o trabalho de limpeza dos comerciantes que possuem restaurantes e bares no entorno da localidade. Principalmente na entrada da boate Eleven, os comerciantes vinham solicitando um serviço de canalização da água que escorria das calçadas, quando havia limpeza dos restaurantes, e alagava as ruas.
- Quando terminarmos a manutenção do Boulevard, não haverá mais problemas desta natureza e os comerciantes poderão trabalhar com tranqüilidade – explicou Sant’Anna, destacando ainda que as próximas obras no Centro da cidade contemplarão o bairro Passagem, que receberá serviços de manutenção a partir do dia 15 de março, e as ruas Érico Coelho e Waltz Filho, além da Praça Porto Rocha.
Obras em todo o município – O ano de 2010 promete transformar a cidade de Cabo Frio com uma série de obras anunciadas pelo Prefeito Marquinho Mendes, inaugurando uma nova e promissora fase em seu segundo mandato. Entre as obras destacadas que deverão ser entregues à população nos próximos dois meses estão a UPA do Parque Burle, o Mercado Municipal Sebastião Lan e a revitalização do Boulevard Canal. O Ginásio Poliesportivo do Jardim Esperança será inaugurado no dia 15 de agosto, dia da Padroeira, Nossa Senhora de Assunção, e o restaurante popular, que contará com recursos do Governo Federal, algo em torno de 1,5 milhão, também será entregue no segundo semestre.
O projeto de revitalização da cidade prevê ainda o término das obras na Reserva do Peró; a pavimentação de várias ruas dos bairros Parque Eldorado III e Caminho de Búzios; a construção e ampliação de creches e escolas, como a da Creche Municipal Maria Quitéria, no Segundo Distrito; recuperação da Orla de Santo Antônio; recuperação de praças da cidade; construção da Praça do Teatro Municipal, em frente à Praia do Forte; retomada das obras do Ginásio Poliesportivo de Tamoios; construção da UPA de Tamoios e a implantação de um destacamento do Corpo de Bombeiros na localidade
http://www.novasaquarema.com.br/news/index.php/outras-cidades/346-cabo-frio-inicia-projetos-de-revitalizacao-do-centro-da-cidade

COMENTARIO
A cidade só tem a ganhar com os projetos de revitalização além de proporcionar melhorias para os moradores vai aumentar ainda mais o turismo que com isso arrecadara mais ainda para a cidade.
"Ninguém vai ser atraído para Cabo Frio se não houver retorno para seu investimento. A cidade tem que se tornar competitiva para enfrentar o mercado. Riqueza é o resultado do trabalho individual de cada um", disse o Secretário, que frisou a importância de planejar a mudança do perfil da atividade econômica da cidade”.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Conheça o Vetor Norte

 O Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte é área de maior crescimento e desenvolvimento no estado de Minas Gerais, o mesmo é composto pelos seguintes municípios: Lagoa Santa; Matozinhos; Capim Branco; Jaboticatubas; Betim; Vespasiano; Pedro Leopoldo; Belo Horizonte (centro metropolitano e setor norte do município, abrangendo as regionais Pampulha, Venda Nova, Leste, Noroeste, Norte, e Nordeste); Ribeirão das Neves; Santa Luzia; Esmeraldas;  São José da Lapa; Confins;  Contagem e Sabará.
Conheça o Vetor Norte



A Linha Verde é um marco para a promoção do desenvolvimento econômico das regiões norte e nordeste de Belo Horizonte, bem como dos municípios localizados na área de influência do Aeroporto Internacional Tancredo Neves. O conjunto das obras estabelece as condições para que a região experimente um novo ciclo de desenvolvimento, voltado sobretudo para a expansão do turismo de negócios e eventos e para a implantação de um polo tecnológico, de padrão internacional.
As várias intervenções proporcionam acesso rápido e seguro às regiões norte e nordeste de Belo Horizonte e ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves. A obra beneficia mais de 3,5 milhões de pessoas, em 60 bairros da capital e 10 municípios, entre os quais Lagoa Santa, Vespasiano, Confins e Pedro Leopoldo.


Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves O Governo de Minas Gerais entregou à população em 2010 a mais ousada obra da Capital mineira nas últimas décadas: a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. O moderno complexo de prédios projetado pelo mestre da arquitetura Oscar Niemeyer abriga a administração direta do Estado, implantando, assim, o terceiro pilar traçado no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PDMI), elaborado para assegurar o crescimento econômico e o progresso social para os mineiros no período 2003-2023.
Com a Cidade Administrativa no Vetor norte de BH, muitos dos 16 mil funcionários pretendem morar nas cidades vizinhas, como Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matozinhos e Santa Luzia, aumentando a procura por imóveis na região, que irão valorizar ainda mais com a alta demanda. 
O aeroporto industrial que o governo estadual está construindo em Confins deve começar a operar em janeiro de 2011 ou, no mais tardar, nos primeiros meses do ano, nas mãos da iniciativa privada. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já lançou o edital de concorrência para a escolha de operador privado da área de 46,7 mil metros quadrados no entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves.
Conforme o edital da Infraero, do total do terreno do aeroporto industrial, 20,9 mil metros quadrados serão destinados ao entreposto aduaneiro. Os 25,836 mil metros quadrados restantes serão direcionados para a implantação das indústrias e demais infraestruturas necessárias para a operacionalização do Distrito Industrial (DI) alfandegado
A escolha do operador também seguirá o plano de desenvolvimento do Vetor Norte da capital, que caminha para se tornar um corredor multimodal de alta tecnologia, com investimentos focados em sete setores potenciais: defesa e aeroespacial, ciências da vida (nanotecnologia, biotecnologia, equipamentos médicos e farmacêuticos), tecnologia de informação (serviços de suporte de TI e desenvolvimento de softwares), componentes eletrônicos, turismo de negócios, educação e parques de logística de distribuição e comércio atacadista.
http://www.nortesulimoveis.com.br/conheco-o-vetor-norte
 

Comentário
O Vetor Norte da região metropolitana de Belo Horizonte trouxe desenvolvimento para moradores e comerciante, a região envolve 14municípios está valorizada e atrai empreendimentos. A região caminha para se tornar um corredor de alta tecnologia, com investimentos potenciais, defesa e aeroespacial, ciências da vida (nanotecnologia, biotecnologia, equipamentos médicos e farmacêuticos), tecnologia de informação (serviços de suporte de TI e desenvolvimento de softwares), componentes eletrônicos, turismo de negócios, educação e parques de logística de distribuição e comércio atacadista. Os prefeitos precisam se organizar para preparar o território para os novos investimentos. A infraestrutura precisa crescer junto com o crescimento econômico.

Revitalização Centro Araxá

Apresentado Projeto de Revitalização do Centro

A Prefeitura de Araxá apresentou à comunidade o Projeto de Revitalização Urbanística e Arquitetônica do Centro da cidade. O projeto do arquiteto Gustavo Penna prevê a modernização da av. Antônio Carlos e de parte da  rua Presidente Olegário Maciel.
A apresentação que contou com a presença do prefeito Jeová Moreira da Costa e do arquiteto que assina o projeto aconteceu no Clube Araxá.



Apresentado Projeto de Revitalização do Centro

A Prefeitura de Araxá apresentou à comunidade o Projeto de Revitalização Urbanística e Arquitetônica do Centro da cidade. O projeto do arquiteto Gustavo Penna prevê a modernização da av. Antônio Carlos e de parte da  rua Presidente Olegário Maciel. A apresentação que contou com a presença do prefeito Jeová Moreira da Costa e do arquiteto que assina o projeto.
De acordo com o projeto a av. Antônio Carlos passará a ter toda a sua fiação subterrânea e a praça será totalmente remodelada desde a Igreja Matriz até o antigo Mercado Municipal. Neste espaço vai ser construído um teatro coberto, tendo sobre ele um espelho d’água e ao lado um anfiteatro ao ar livre. 
Em relação à rua Presidente Olegário Maciel a transformação também será significativa. O projeto prevê a criação de um calçadão no primeiro quarteirão da Boa Vista. Com isto não haverá mais trânsito de veículos entre a av. Antônio Carlos e a rua Mariano de Ávila.
Para o calçadão da rua Olegário Maciel o arquiteto prevê que ele será um dos locais mais interessantes do Centro de Araxá. “Todo mundo irá a este espaço para passear, para fazer compras, para se sentar e se distrair. O comércio neste local irá funcionar de uma maneira muito melhor, sem engarrafamento e sem esclerose uma vez que a rua é estreita para o tráfego de automóveis”, diz Penna. Segundo ele, pensou em Araxá na sua evolução continua, mas de forma qualitativa.



Data: 23/07/2010Fonte: Redação/Alexandre César
www.portalaraxa.com.br/portalaraxa
Comentário
A revitalização do centro de Araxá traz grandes melhorias , beneficiando a população valorizando os casarões e trazendo mais turistas para o local e melhorando a economia da cidade. Quando estive em Araxá fiquei no grande hotel e notei que a cidade faltava algo para atrair os turistas que a maioria deles ficava hospedado no hotel e iam embora sem conhecer a cidade.



domingo, 20 de março de 2011

LAGOA RODRIGO DE FREITAS

Vítima do descaso ambiental nos anos 80 e 90, a Lagoa Rodrigo de Freitas volta a vida com obras que reduziram o despejo de esgoto e a expectativa de um mega projeto previsto para reavivá-la completamente melhorando sua ligação com o mar.
A Lagoa, que faz divisa com os bairros mais nobres da cidade (Ipanema, Leblon, Copacabana, Jardim Botânico), é o destino de cerca de 120 mil pessoas nos finais de semana em busca de diversão, esporte e gastronomia. A ciclovia e pista de corrida/caminhada, de 7,8 km, construída às suas margens recebem semanalmente cerca de mil corredores juntamente com atletas amadores, moradores e turistas. Nos finais de semana, os três parques - Parque dos Patins, Taboas e Cantagalo - que a margeiam atraem cariocas interessados em praticar esportes, em lazer e nos 15 quiosques de alimentação.
Em frente à Lagoa, por onde deslizam remadores, esquiadores e pedalinhos, estão os prédios mais valorizados do Rio de Janeiro. No ranking do mercado imobiliário, o bairro perde só para o Leblon.

Mas o cenário nem sempre foi este. Ressurgiu há poucos anos devido aos projetos que renasceram uma lagoa que chegou a apresentar 16 000 coliformes fecais por 100ml de água - dados de 1996. O atual registro, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), é 1 300 por 100ml de água. É um número razoável, mas ainda 300 pontos acima da marca indicativa de água própria para o banho.
Em três verões consecutivos, entre 2000 e 2002, os cariocas assistiram à uma mortandade de cerca de 236 toneladas de peixes, provocada por um sistema ultrapassado e ineficiente de ligação com o mar e, principalmente, pelos despejos clandestinos de esgoto. Na época, um estudo indicou cerca de 34o ligações ilegais.
Nesta época, devido ao forte e fétido odor exalado muitos frequentadores da região correram para as orlas das praias de Ipanema e Leblon.
Depois de todo este desastre ambiental, vieram as medidas para a revitalização. Em 2001, a CEDAE (Companhia de Águas e Esgotos), pressionada pelo Ministério Público, inaugurou uma nova tubulação para impedir que resíduos invadissem as passagens de águas pluviais. Em 2007, reformas nas seis das oito estações elevatórias juntamente com o monitoramento das ligações ilegais `mostraram resultados efetivos: acabou o mau cheiro e a limpidez da água aumentou.

Mas ainda há muito a ser melhorado.
A emissão de dejetos por décadas juntamente com a ação das chuvas e dos ventos criaram uma base putrefata. E ainda com um agravante: duas grandes crateras (uma entre os clubes Caiçaras e Flamengo e outra no Parque Cantagalo) originaram-se com a retirada de material para construção de aterros. Enquanto a Lagoa tem cerca de 3 metros de profundidade, as crateras chegam a ter 9 metros. Dentro dessas crateras há material orgânico em decomposição, sem oxigêncio, produzindo gases tóxicos, como o metano e o sulfídrico. Com a ação de frentes frias e ventos fortes estes gases emergem para a superfície e consomem muito oxigênio causando a morte por asfixia de peixes e outros seres vivos.

Para a completa recuperação e revitalização da Lagoa Rodrigo de Freitas o governo aposta no projeto Lagoa Limpa, uma parceria com a EBX, grupo do empresário Eike Batista. A parceria é uma ação altruísta do empresário, que diz querer ajudar a cidade que o acolheu.
O projeto já colocou a disposição da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) um catamarã para ajudar na coleta de resíduos e algas da água, o que já aumentou a quantidade recolhida de 40 para 65 toneladas por mês.
O Lagoa Limpa engloba três pontos fundamentais: a criação de um centro de controle para fiscalizar a rede de esgoto; a dragagem de 95 mil metros cúbicos de resíduos e a modernização do canal Jardim de Alah para promover uma troca mais eficaz entre a Lagoa e o mar. O orçamento previsto é de trinta milhões de reais e a conclusão setembro de 2010.

O projeto prevê a passagem de três dutos que atravessarão subterraneamente a avenida Vieira Souto eliminando a divisão entre as praias de Ipanema e Leblon. Hoje, o que há é um canal sujo a céu aberto. Com o projeto, a abertura dos dutos ficará a oito metros de profundidade e a 300 metros da orla. A água do mar fria, salgada e rica em oxigênio entrará direto no fundo da Lagoa, que deixará de ser putrefata passando a ser viva e ativa. A previsão é que em um ano o novo canal aumente a salinidade e com isto a diversidade da fauna.

domingo, 13 de março de 2011

Especulaçao Imobilíaria

Donos de imóveis antigos de BH resistem ao avanço da especulação imobiliária
A nova capital, erguida entre 1894 e 1897, nasceu para ser o símbolo maior da República de Minas. Registros contam que Aarão Reis, chefe da comissão construtora, recebeu carta branca para demolir todo o antigo Arraial del-Rey em nome do progresso.

Mais de um século depois, a metrópole Belo Horizonte, dos engarrafamentos e arranha-céus, avança novamente sobre seu passado. Mas, desta vez, corre o sério risco de apagar páginas importantes de sua história.

O abalo, esta semana, das estruturas de um casarão de 1896 (anterior à inauguração da cidade), na Rua Paraíba, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, pelo bate-estaca de um luxuoso prédio de 23 andares evidencia a dificuldade de se preservar a memória, mesmo tombada, numa cidade movida pela força do desenvolvimento e da especulação imobiliária.

Mas há quem enfrente, a trancos e barrancos, a falta de políticas públicas, a pressão de um centro urbano transformado e até resista às tentadoras propostas milionárias das construtoras, caso de donos de imóveis não tombados. Gente convicta de que patrimônio histórico não tem preço.

A mudança no perfil de BH, que se despede das casas e prédios antigos para dar lugar a espigões, faz parte de um ciclo vivido por grandes cidades difícil de ser interrompido, na avaliação da diretora de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Michele Arroyo. Segundo ela, o fenômeno é reforçado por uma política fraca de preservação dos bens históricos, distanciada do planejamento urbano.

“A política de patrimônio, que começou apenas a partir dos anos 1990, entra em choque com a especulação imobiliária, principalmente na Região Central, e também com a Lei de Uso e Ocupação do Solo, que é extremamente permissiva. Só vamos chegar ao equilíbrio quando as políticas urbanas considerarem a questão do patrimônio como um valor”, afirma.

Enquanto a balança pesa mais para o lado da construção civil, donos de imóveis antigos, tombadas ou não, fazem o que podem para manter viva a memória de uma época. Consciente da riqueza do patrimônio, o historiador Daniel Antunes Júnior, de 89 anos, que tem uma cobiçada casa no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul, está na contramão de uma história que ele estudou a fundo. “BH tem três idades. A primeira, de quando foi construída, composta por alguns casarões no Bairro Funcionários.

A segunda idade é retratada por imóveis de 1940, como minha casa, que estão sendo substituídos pela terceira idade, a fase atual, da especulação imobiliária”, explica Daniel, que chegou a recusar propostas de até R$ 5 milhões pela residência.

A substituição das casas por prédios está longe de ser a única ameaça. “O desafio maior é que imóveis muito antigos, de mais de 100 anos, não foram feitos para o ritmo atual da cidade. Um caminhão de lixo causa trepidações na casa. A rede de esgoto foi feita de manilha de barro.

O piso é apoiado em peças de madeiras”, conta o arquiteto Marcos Moysés, dono do casarão de arquitetura eclética da Rua Paraíba, antiga morada dos primeiros funcionários da nova capital. “Depois do tombamento, tive a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mas gasto muito mais com a manutenção.”

Protegido desde 2000, o imóvel, situado em meio à efervescência da Savassi, faz parte das cerca de 700 construções tombadas pelo Conselho Deliberativo de Patrimônio Cultural de BH. Marcos já perdeu a conta de quantas vezes, antes do tombamento, recusou ofertas para vendê-lo.

As recusas são justificadas por uma paixão. “Há quem goste de carro antigo, eu amo casa velha.” Mas ele não está só. Em meio aos prédios, bares e lojas da Rua Pium-í, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul, uma casa com jeito de palacete é convite irrecusável para viajar na história.

O imóvel mantém arquitetura idêntica à da inauguração, em 1932. A fachada imponente traz detalhes de folhas treliçadas nas janelas e um painel de azulejo português. O esmero é de uma família que nunca quis saber de vender a casa, situada em meio aos metros quadrados mais caros da cidade, nem mesmo antes do tombamento, em 2000.

“Estou aqui desde que me casei, em 1965. A casa era do meu sogro. Nunca cogitamos de sair daqui. É onde acontece tudo de importante na nossa família”, ressalta o professor aposentado Fernando Campos Furtado, dono do imóvel.

A casa continua gual, mas a vizinhança... “Aqui era o ponto final do bonde. Antes, tudo era casa antiga. Mas temos que nos conformar que o projeto agora é de prédios”, ressalta Fernando. O desejo de ficar trouxe nova responsabilidade. Qualquer intervenção precisa ser informada à Diretoria de Patrimônio Cultural da FMC. “Temos a obrigação de conservar o imóvel, mas a burocracia para conseguir incentivo financeiro é muito grande.

Acabamos tendo de bancar a reconstrução, sem mexer na estrutura, e sem ajuda. E há quem não respeite. Toda as semanas a casa é pichada”, afirma Fábio, um dos filhos de Fernando.

A marca do vandalismo só ajuda a reforçar a realidade de uma Belo Horizonte que ainda não conseguiu dar a devida importância aos bens históricos. De acordo com o coordenador do mestrado em ambiente construído da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leornardo Barci Castriota, as melhores cidades do mundo são aquelas que conservam o patrimônio natural e cultural.

“São áreas que atraem turismo, que têm referência e identidade. BH, infelizmente, está na contramão. É possível haver, sim, o crescimento, desde que seja planejado. As regiões têm que ser pensadas a partir de um desenho urbano. Não funciona manter duas ou três casas em Lourdes, é necessária a proteção de um conjunto de obras”, critica
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2010/10/11/interna_gerais,185086/donos-de-imoveis-antigos-de-bh-resistem-ao-avanco-da-especulacao-imobiliaria.shtml




Comentário
Infelizmente há uma grande especulação imobiliária porque geralmente é imóvel central com grande valor. Tem pessoas que não tem como manter o imóvel e além do mais tem as questões políticas também. Enquanto isso Belo Horizonte vai perdendo cada vez mais sua identidade.