sexta-feira, 20 de maio de 2011

E se o Beco fosse um Espaço Cultural?

Rafael Munduruca em 10/08/10

Já pensou se o Beco da rua Belmiro Braga não fosse um beco? Daniel Augusto Santi, 23 anos, recém-graduado em arquitetura e frequentador do espaço, pensou. Ele criou uma proposta arquitetônica, que transformaria a área no Espaço Cultural Abaetetuba.
Daniel morou na Vila entre seus dez e onze anos e, desde então, vive por aqui, frequentando o Circo no Beco e andando de skate. Ainda como estudante de arquitetura da faculdade Belas Artes, com a demanda de criar um projeto final de graduação, e sabendo do potencial cultural da área, formulou a proposta de revitalização do Beco.
O conceito e o projeto levaram cerca de um ano para serem desenvolvidos. Daniel realizou uma análise do entorno, conversando com moradores da região, skatistas, grafiteiros e frequentadores do Beco, e levantou a “identidade” da região. “A área tem muito para crescer, já tem um cunho cultural e o projeto potencializa isso”, afirma. Para desenvolver o projeto, ele contou com o apoio da equipe de Arquitetura e Urbanismo da Subprefeitura de Pinheiros
Segundo ele, sua iniciativa foi idealizar um Espaço Cultural, sugerindo que este fosse utilizado pela Associação Cidade Escola Aprendiz, criando um programa que integraria as diversas atividades da ONG. A proposta inclui um espaço expositivo, praça de alimentação, lojas, cinema ao ar livre e uma praça.
O projeto pretende estimular o fluxo de pessoas até onde hoje é o fim do beco, criando acesso ao espaço pela rua Cardeal Arcoverde e outro na rua Padre João Gonçalves. Propõe, inclusive, a criação de um sistema de captação de água, visando amenizar os problemas de enchentes.
A ideia tem como inspiração o trabalho do arquiteto e urbanista Christian de Portzamparc, que desenvolve o conceito de vazios urbanos, e também o projeto do Passeo La Plaza, desenvolvido em um miolo de quadra de Buenos Aires. Daniel conta que sua proposta cria um “conceito de diretriz e não de projeto” e que seu objetivo era criar algo “viável e mais barato possível”. E o nome Espaço Cultural Abaetetuba, de onde surgiu? “Nos registros da prefeitura o beco consta como rua Abaetetuba”, conta Daniel.


MEMORIAL

Proponho um espaço cultural de simples compreenssão e que possui como estratégia integrar o miolo do quarteirão a seus lotes de forma a criar uma imagem diferente para o observador do espaço.
Seu desenho foi inspirado no próprio traçado do interior da quadra, mas amplia seus acessos e fluxos. Foi projetada uma praça aberta, que faz uma ligação bem perceptível com a rua Padre João Gonçalves e suas escadas se tornam arquibancadas para projeções visuais nos muros que a rodeiam.
A proposta segue com uma área térrea com mais de 2000 m2 e possui um bar/lanchonete, pequenas lojas e uma praça de um simples paisagismo e mobiliário que comportam eventos vinculados a ONG do Aprendiz, principal utilizadora e zeladora do espaço. A ONG cuida de projetos sociais junto a escolas e outros grupos de ensino de vários tipos, podendo facilmente criar uma parceria com o programa proposto.
Além disso, a quadra possui um número considerável de comércios e serviços que podem se beneficiar com o fluxo gerado no miolo da quadra, baixando seus muros e diminuindo seus limites, criando novos encontros e acessos, e aproximando-se do conceito de “quadras abertas”, de Christian de Portzamparc. O primeiro pavimento consiste em um pavilhão de exposições suspenso por um estrutura metálica quadrada, uma administração sobre as lojas e um café mezanino sobre o bar, ambos de concreto protendido.

A Vila Madalena, que surgiu às margens do rio Pinheiros,  criou-se, ao longo dos anos, como bairro de classe média e teve seu traçado planejado graças aos cemitérios de São Paulo e do Araça, que por muitos anos movimentaram a região.
Atinge hoje um status de bairro boêmio devido a grande quantidade de bares, restaurantes e espaços culturais e de lazer. Está completa de serviços e acessos por grandes avenidas como Rebouças, Henrique Schauman e Pedroso de Moraes. O trânsito é bastante carregado nos eixos da rua Cardeal Arcoverde e da rua Teodoro Sampaio, a área é dotada de metrô e ônibus e é bem movimentada durante o dia e a noite.
O projeto teve a orientação do Professor Davi Ventura. Para a prancha da apresentação, Daniel contou com a diagramação e as artes gráficas de Murilo Salazar.

Comentário

Daniel Augusto Santi, 23 anos, recém-graduado em arquitetura aluno da faculdade de Belas artes inovou, ele criou uma proposta arquitetônica, que transformaria a área que era um beco  no Espaço Cultural Abaetetuba.

Daniel conta que sua proposta cria um “conceito de diretriz e não de projeto” e que seu objetivo era criar algo “viável e mais barato possível”

 Para desenvolver o projeto, ele contou com o apoio da equipe de Arquitetura e Urbanismo da Subprefeitura de Pinheiros. O conceito e o projeto levaram cerca de um ano para serem desenvolvidos. Daniel realizou uma análise do entorno, conversando com moradores da região, skatistas, grafiteiros e freqüentadores do Beco, e levantou a “identidade” da região.

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