segunda-feira, 16 de maio de 2011

Centro de Cultura Lagoa do Nado



Parque Fazenda Lagoa do Nado


Localizado na antiga casa da fazenda, o Parque Fazenda Lagoa do Nado, sede do Centro de Cultura Lagoa do Nado, foi implantado em 1992, a partir de uma mobilização vitoriosa da comunidade, que visava impedir a transformação do espaço verde em uma área habitacional, calculada em 300.000 m².

O objetivo do Centro de Cultura é apoiar as iniciativas culturais locais, de grupos e de indivíduos, a fim de dar acesso a atividades de capacitação, produção e difusão cultural. Pioneiro entre os centros culturais regionais, o Centro de Cultura Lagoa do Nado dá apoio às iniciativas da Zona Norte, que inclui a regional Pampulha e partes das regionais Norte e Venda Nova


O espaço oferece uma programação cultural mensal diversificada, seguindo as diretrizes da Fundação Municipal de Cultura, através dos programas de formação e capacitação nas múltiplas áreas artística, difusão cultural, memória e valorização das identidades culturais.

O Parque Lagoa do Nado representa um local de referência cultural, onde são desenvolvidas atividades culturais como: oficinas, cursos, palestras, debates e apresentações artísticas. Também possui uma biblioteca (empréstimos de livros, oficinas de incentivo à leitura, hora do conto, palestras e sessões de vídeo); uma miniusina de produção de cenários, figurinos e adereços, dirigida aos grupos de teatro amador da cidade, carentes de suporte para as produções teatrais; um teatro de arena, um teatro de bolso (pequeno teatro ao ar livre); um galpão (onde se realizam oficinas culturais) e um espaço multimeios Mestre Orlando (exposições).



Centro de Cultura Lagoa do Nado

Comentário


O Parque Lagoa do Nado é reconhecido como um exuberante centro de lazer , com espaço dedicado a diversão e cultura e entretenimento .

O espaço oferece uma programação cultural mensal diversificada, onde são desenvolvidas atividades culturais como: oficinas, cursos, palestras, debates e apresentações artísticas
O parque lagoa do Nado é uma ótima opção de lazer, além de ter uma linda flora tem quadras de peteca poliesportivas campo de futebol , teatro de arena e outros.

Centro de Cultura Lagoa do Nado 


domingo, 15 de maio de 2011

Há um século contando a história de BH
Museu Abílio Barreto continua a cativar população da capital com seu acervo histórico
Por Daniel Arantes
Situado num casarão antigo no bairro Cidade Jardim, região tradicional da capital mineira, o Museu Histórico Abílio Barreto tem um espaço amplo para exposições, palestras, congressos e seminários e sua importância é notória para a população da cidade.
Sua origem data de 1935, quando o jornalista Abílio Barreto começou a organizar o Arquivo Geral da Prefeitura. Documentos e objetos eram guardados pelo jornalista de forma selecionada: peças originárias do antigo arraial do Curral Del Rey eram separadas das relacionadas à nova capital, já urbanizada. Assim, com este trabalho sendo desenvolvido, iniciou-se a restauração do prédio destinado para sediar o museu: a antiga fazenda Casa do Leitão. Em 18 de fevereiro de 1943, inaugurou-se o Museu Histórico de Belo Horizonte, recebendo, quinze anos mais tarde, a denominação atual, em homenagem ao seu idealizador e primeiro diretor.
As exposições costumam tratar de temas relacionados à vida cotidiana das pessoas. Projetos também são realizados, como o Foto em Pauta, onde um fotógrafo é convidado a expor seu trabalho de forma ordenada e impactante. Sebastião Salgado foi um dos grandes fotógrafos que já passaram pelo museu. Sua exposição, chamada In Princípio, apresentava a vida nas plantações de café e a rotina de trabalhadores na produção da bebida.  Vinte e cinco belas imagens em preto e branco, de grande relevância para àqueles que se emocionam com a dura vida do campo. Essa é a verdadeira função do Museu Histórico Abílio Barreto: proporcionar momentos de aprendizado sobre a história e a cultura da capital, trazendo ainda mais conhecimento para a população da cidade.
No ano de 1998, o Museu ganhou um prédio anexo, idealizado pelo então diretor Arnaldo Godoy.  Neste local, foi instalado o Café do Museu, onde os visitantes poderiam degustar das bebidas do local enquanto apreciam as exposições do saguão. Além disso, o novo prédio facilitou a visita de pessoas com deficiência física, com a instalação de rampas de acesso a várias salas do Museu.
Mesmo com toda modernidade implantada no Museu, o casarão, lugar aonde tudo começou, não ficou obsoleto. Exposições e mostras, retratando a história da cidade e do museu ainda são feitas no local, como a mostra comemorativa do sexagésimo aniversário do museu. Foram expostas plantas, fotografias e mapas durante todo mês de Junho, para todos os interessados na origem e história do Abílio Barreto. Construção mais antiga de Belo Horizonte, não se pode negar que o Museu faz parte da história da capital mineira.
                                                                                       
Simples, Chique e Luxuoso
Por Cláudia Sarsur
Há 12 anos morando na capital mineira e eu ainda não tinha conhecido o Museu Histórico Abílio Barreto. Uma visita surpreendente, pois nunca havia imaginado o que se passava ali e o porquê da existência desse museu em uma região central de Belo Horizonte.
Subindo as escadas que dão acesso ao museu já tive uma boa expectativa, pois além das construções do prédio novo contrastando com as da antiga casa, o visual é lindo, tem um jardim maravilhoso, onde encontrei várias pessoas, umas lendo, outras namorando e até famílias com crianças brincando. Um ambiente muito harmonioso. 
O museu se divide em duas construções. A primeira é a principal atração, segundo um guia, se trata da antiga sede da Fazenda Velha do Leitão, e o único prédio remanescente do arraial de Curral d`El Rey.
As obras do acervo compõem-se de numerosa pinacoteca, esculturas, objetos decorativos, fragmentos construtivos originários de prédios públicos e privados demolidos, mobiliário, vestuário, utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos de iluminação e de transporte, equipamentos e instrumentos de trabalho.
O acervo fotográfico são imagens desde 1894 até os anos recentes. Este registra o desenvolvimento urbano e testemunha eventos, costumes e tradições de Belo Horizonte, englobando em torno de 20.000 itens. Possui ainda informações em textos manuscritos e impressos, mapas, plantas e projetos arquitetônicos.
A outra construção é recente, inaugurada em 1998, quando Célio de Castro era o prefeito. Este anexo expõe fotos demonstrativas das modificações sofridas na paisagem belorizontina ao longo dos anos, monumentos criados, pessoas que se destacaram naquela época e retratos contemporâneos da cidade incluindo partes de sua periferia.
O museu possui uma área externa maravilhosa, com um jardim arborizado com árvores centenárias. O jardim reconta a história da cidade que foi planejada - há pouco mais de um século - para substituir Ouro Preto como capital de Minas Gerais. Já nesse espaço encontramos peças antigas expostas, como um bonde - que naquela época circulou pela cidade, uma cabine de elevador, carro de boi, uma locomotiva, entre outras.
É simplesmente encantador; uma viagem ao tempo e dá uma vontade de ter vivido em uma época onde o simplório era chique e luxuoso. O Museu Histórico Abílio Barreto proporciona conhecimento e valorização da herança cultural de Belo Horizonte, zelando pela identidade da cidade e de sua gente.
E tudo no pequeno museu se torna atraente e tem grande valor, mas sem dúvida, a maior peça exposta no museu é o casarão. De uma amplitude extraordinária, o pé direito da casa é enorme, as vigas de madeira no interior da casa, as grandes portas e janelas da época e o assoalho, tudo em madeira maciça. Sem falar de alguns objetos que me chamaram atenção como as esculturas dos santos, que além da religiosidade, eram usadas como decoração. E os quadros e as fotos nas paredes nos remetem claramente o que se passava em Belo Horizonte antigamente, como um que exibe a festa de inauguração na Praça da Liberdade.
O Museu Histórico Abílio Barreto é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o IPHAN, registrado no livro Histórico, e fica localizado na Avenida Prudente de Morais, 202 - Bairro Cidade Jardim.

http://zinequanon.com.br/espacos/espacoAbilio.htm
Comentário

O Museu Histórico Abílio Barreto foi inaugurado em 1943 e recebeu esse nome em homenagem ao historiador Abílio Barreto. O museu mostra lugares que foram e são emblemáticos na historia da capital, preservando hábitos tradicionais trazendo a memória do povo.
As exposições costumam tratar de temas relacionados a vida cotidiana das pessoas. O espaço físico do museu divide-se em duas edificações e um jardim ligando-os.
 A primeira é o antigo casarão que foi sede da fazenda do Leitão (antiga propriedade do Curral Del Rey, para quem não sabe Belo Horizonte nasceu dessa pequena vila - e a fazenda do Leitão foi hospedagem dos engenheiros e construtores de BH) tendo sido construída por volta de 1883.
A parte recente, inaugurada na década de 90, compreende um edifício onde tem uma galeria de fotos retratando a história do espaço urbano de BH.
O jardim possui um bonde que antigamente circulou por BH e árvores centenárias .

sábado, 14 de maio de 2011

Reportagem - Obra-prima

Reportagem - Arte por dentro e por fora
Claudia Bojunga
1/4/2010

Oscar Niemeyer nem imaginava que viria a ser o arquiteto responsável pela construção de Brasília quando projetou o Cassino da Pampulha, em Belo Horizonte, no início da década de 1940. O jovem arquiteto de 33 anos foi designado pelo então prefeito da capital mineira, Juscelino Kubitschek (1940-1945), responsável pela edificação, que faria parte de um complexo de lazer. Anos mais tarde, o colega de profissão Lúcio Costa afirmaria que foi nesse prédio retangular, marcado por linhas retas e curvas e de fachada envidraçada, que nasceu a arquitetura de Niemeyer. Hoje, a construção abriga o Museu de Arte da Pampulha (MAP). 

Curiosamente, a edificação modernista conta com um acervo que é, na maioria, de artistas contemporâneos. “O museu nasce com a proposição de guardar arte moderna, mas a ênfase dele acaba sendo arte contemporânea. A coleção de arte moderna não é expressiva; temos um ou dois exemplares de cada artista”, diz o curador do MAP, Marconi Drummond.

A história da formação desse conjunto de peças está no livro Entre Salões, que será lançado em julho próximo. O título é uma referência ao Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, que começou em 1969 e cuja trajetória se confunde com a do MAP. “A história do museu passa pela história dos salões, não há como dissociar uma coisa da outra”, observa Marconi.

Nesses concursos anuais, cabia a um júri escolher os melhores trabalhos apresentados. O artista que tirasse o primeiro lugar, além de um prêmio, tinha sua obra exposta no Museu de Arte da Pampulha. Este, por sua vez, ficava com a peça. Assim, o número de obras foi crescendo, e hoje são aproximadamente 1600.  “Cerca de 40% do acervo do museu é de peças que vieram de salões nacionais,” afirma Luciana Bonadio, responsável pela Divisão de Conservação e Restauração do centro.

A cidade organizava salões de arte desde a década de 1930; a novidade do final dos anos 1960 foi que o concurso passou a incluir a participação de vídeos, instalações e objetos. O evento ultrapassava a linguagem clássica da pintura e da escultura e “afinava” sua vertente contemporânea, nas palavras de Drummond. É nesse momento que o salão ganha expressividade, atraindo artistas de várias partes do país. A cena cultural se movimentava com a competição entre pinturas, esculturas, instalações e fotografias. Entre os premiados figuraram Eder Santos, Amílcar de Castro, Franz Weissmann e muitos outros. Segundo Luciana, nesse período, cerca de 340 artistas foram premiados.

Entre Salões, organizado por Luciana Bonadio, Marconi Drummond e Fabíola Moulin, traz em suas 200 páginas mais do que um registro das obras premiadas: o crítico de arte Márcio Sampaio assina um ensaio crítico histórico dos salões de 1969 a 2000 (recorte temporal do livro). Para Drummond, o MAP, nos últimos anos, tem tido a preocupação de preservar sua própria memória.

Como parte desse esforço, o museu acaba de inaugurar a exposição “Coisário Cassino-Museu”, reunindo obras de arte que têm alguma relação com a instituição. A instalação “O jogador”, de Laura Belém, é uma delas. A artista espalhou roletas do antigo cassino pelo chão do MAP, numa clara referência ao seu passado.

Outra iniciativa que está ligada à preservação da memória do Museu de Arte da Pampulha é o projeto de higienização e o acondicionamento do acervo arquivístico. “Quando comecei a pesquisar para o livro Entre Salões, vi que era necessário fazer o tratamento dos documentos que já estavam começando a se degradar”, conta Luciana. São 30 mil peças, entre fotografias antigas, registros de exposições, cromos, plantas que traçam a trajetória da construção do museu e de seu acervo. O projeto conta com o patrocínio de R$135 mil reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mas o acervo do Museu de Arte da Pampulha não é o único atrativo do local. “Muita gente vem ao museu só para ver a edificação,” afirma o curador do MAP, Marconi Drummond. O cassino teve uma vida curta, de apenas três anos, sendo fechado em 1946, quando o jogo foi proibido no país. No entanto, o tombamento da construção garante a permanência das características definidas por Niemeyer.

Localizado às margens da Lagoa da Pampulha, o edifício tem jardins projetados por Burle Marx (1909-1994) e decorados com esculturas de Alfredo Ceschiatti (1918-1989), August Zamoyski (1893-1970) e José Pedrosa (1915-1989). O cuidado com o projeto está refletido na escolha dos materiais. Na entrada, o chão é de mármore português, e no segundo pavimento, o piso é de peroba. O toque moderno vem da estrutura de concreto armado, das esquadrias de ferro e das colunas interiores revestidas de aço inox. Em vez de escadas, Niemeyer optou por rampas que dão acesso aos três níveis em que está dividido o lugar.

O último deles é o mezanino, onde ficavam as roletas e os ávidos apostadores. No segundo piso, um espelho belga, que data da época da fundação do cassino, reveste totalmente uma parede, escondendo uma porta que dava acesso à área de serviço e à cozinha. Hoje em dia, ela serve de entrada para a parte administrativa da instituição.

Pelos salões do cassino – que se tornaram um point nos anos 1940 – passaram os principais integrantes da alta sociedade mineira, o que incluía o prefeito JK, frequentador assíduo do local. As opções oferecidas na casa agradavam aos mais variados gostos. Para aqueles que não acreditavam em sorte nas roletas havia o Grill room, que era um misto de restaurante, boate e casa de shows. Hoje o lugar, que tinha um palco, tornou-se o auditório do museu.

Na pista, a alta sociedade mineira dançava ao som de música ao vivo sobre o piso colorido, que dava um clima de discoteca ao lugar. O tratamento acústico do salão permitia que quem estivesse dançando não precisasse falar alto ao conversar com seu par. Aos mais tímidos e menos desenvoltos na pista de dança restava apreciar o espetáculo da noite acompanhado de um drinque ou de um jantar servido nas mesas do cômodo arredondado. Não era o caso de Juscelino, conhecido como um verdadeiro pé de valsa. 

Mas a badalação não era exclusividade do cassino; toda a região do entorno passou a receber cada vez mais gente a partir da construção do conjunto arquitetônico da Pampulha. Além do cassino, ele incluía o iate clube, a Casa do Baile e a Igreja de São Francisco, todos às margens da lagoa que deu nome ao complexo. Numerosos barquinhos levavam de uma margem a outra do lago os visitantes que queriam se divertir.

No entanto, a Pampulha não mudou só os hábitos dos muitos mineiros que saíam do centro da cidade e pegavam uma autoestrada, de cerca de oito quilômetros, naquela região isolada; a ousadia e a modernidade do complexo da Pampulha marcaram a evolução urbana de Belo Horizonte. Assim que as construções ficaram prontas, passaram a simbolizar a modernização da capital mineira. Prova do sucesso do projeto é que grande parte da equipe que participou dele voltaria a se reunir, quinze anos depois, na construção da nova capital federal, no Planalto Central. A parceria de Juscelino Kubitschek e Niemeyer, que renderia muitos frutos, foi selada na Pampulha.
 Antes de se transformar em museu, o prédio passou a ser usado para festas de formatura, e sofria com degradações. Em 1957 veio a salvação: depois de uma restauração, o MAP foi inaugurado. Tratava-se da primeira instituição de arte de Belo Horizonte.

Se o tombamento do prédio garante que a arquitetura original do museu seja mantida, iniciativas como o livro Entre Salões e o cuidado com o acervo arquivístico contribuem para preservar algo fora do alcance dos olhos: o passado da instituição.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/reportagem-obra-prima

Comentário
Localizado no conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer onde funcionava um cassino que teve vida curta de apenas três anos, sendo fechado em 1946 com a proibição do jogo no país.
 Agora como museu de arte moderna e contemporânea, visa atualizar culturalmente a capital mineira e nesse momento o salão ganha expressividade, atraindo artistas de várias partes do país.
Mas o acervo do Museu de Arte da Pampulha não é o único atrativo do local. “Muita gente vem ao museu só para ver a edificação,” afirma o curador do MAP, Marconi Drummond. Niemeyer.

sábado, 30 de abril de 2011

Visita Tecnica Iate Clube de Lagoa Santa

O Iate Clube de Lagoa Santa – fundado em 1979 – encontra-se em total descaso e abandono pelo Poder Público.  Suas instalações servem atualmente para abrigar moradores de rua e usuários de drogas, provocando medo aos que por ali necessitam transitar à noite.  Este patrimônio público já foi uma das  melhores opções de lazer e turismo da cidade de Lagoa Santa.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

COMPLEXO CULTURAL DE VITÓRIA



Complexo cultural promove elogio ao território construído
A carência de equipamentos culturais de maior porte em Vitória levou o governo do estado do Espírito Santo a convidar o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 2007, para desenvolver naquela cidade um conjunto que atendesse a essa demanda.
O Cais das Artes, cujas obras começaram no ano passado e devem ser concluídas até o final de 2011, é o primeiro projeto do arquiteto construído em sua cidade natal. Ele está sendo implantado na enseada do Suá, em terreno remanescente de um aterro executado na década de 1970 - uma extensa esplanada situada defronte ao canal que conforma a ilha onde se localiza a capital capixaba.
Em memorial, o autor define a proposta como um elogio a esse território constituído pelo conflito entre a natureza e a construção, numa cidade cotidianamente animada pela presença do porto e o enérgico trabalho nas docas. Sua característica central, segundo Mendes da Rocha, é a valorização do entorno paisagístico e histórico de Vitória.
A devoção a esse território levou o arquiteto a tratar a esplanada como uma praça aberta - “um passeio público junto ao mar”, em suas palavras - e a suspender do solo os edifícios do museu e do teatro, para permitir que dali se avistasse o patrimônio natural e arquitetônico da cidade, como as montanhas de Vila Velha e o convento da Penha, do outro lado do canal. A praça contará com cafés, livrarias, espaços para espetáculos cênicos e exposições ao ar livre.


A visão do entorno a partir dela ganhará nova perspectiva no percurso de visitação do museu, cuja circulação vertical se dará em rampas com patamares cristalinos. O próprio conjunto, aliás, deve se tornar uma referência visual.
O Cais das Artes é composto basicamente pelo bloco do museu, com área expositiva de 3 mil metros quadrados, e o do teatro, que terá capacidade para 1,3 mil pessoas.
O primeiro apresenta a lógica estrutural clara que costuma distinguir os trabalhos de Mendes da Rocha: são duas grandes vigas de concreto paralelas, distantes 20 metros entre si e apoiadas cada uma em apenas três pontos.
Entre elas, os salões para exposições se distribuirão em três níveis e extensões variadas. São ambientes que se interligarão visualmente e se relacionarão com a praça por meio de caixilhos inclinados que permitirão a entrada de luz indireta refletida no piso.
O complemento do programa está acomodado em uma torre (22 x 22 metros) que desce à cota do chão e se conecta ao volume principal por pequenas pontes.





No edifício destinado ao teatro, a lateral mais longa (69 metros) contará, em toda a sua extensão, com galerias generosamente largas. Nelas vai ocorrer a circulação tanto de público como de artistas e técnicos, além de abrigarem camarins, salas de apoio e equipamentos. O contato da edificação com o solo se dará apenas nas áreas técnicas sob o palco e no restaurante - este, coberto pelo próprio prédio, vai abrir-se para o passeio. Os pilares extremos do edifício se posicionarão dentro da água, “opção que se justifica pela similaridade entre as características do solo do aterro hidráulico recente e as do leito do canal”, pondera o arquiteto no memorial.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011







COMENTÁRIO



Um importante complexo cultural será construído no Espírito Santo para atender cultura local e valorizar entorno paisagístico e histórico de Vitória.  O arquiteto Paulo Mendes inovará com projeto e principal foco em atender a circulação tanto do público, quanto dos colaboradores do complexo.
Este complexo será impar na cidade, tratando ambiente como uma praça aberta, inovando no conceito arquitetônico da cidade.
Sem dúvida este complexo será de grande valor para população, onde em um só local oferecerá cafés, livrarias, espaços para espetáculos e exposições ao ar livre, e é claro um ambiente inovador e uma nova perspectiva cultural, arquitetônica e paisagístico.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Projeto de revitalização em Washington é exemplo de bom gosto

Na última semana, começaram as obras de revitalização da área do Washington Convention Center, na capital dos Estados Unidos. O projeto, denominado CityCenter DC, é do arquiteto Norman Foster, que desenhou quatro novos prédios para a área de 40,4 mil m² antes ocupada por um grande edifício. O espaço valorizará os pedrestres e as construções de dez pavimentos cada abrigarão hotéis, escritórios, apartamentos, restaurantes e lojas.


Imagem: Piniweb.com.br


O projeto deve receber o certificado LEED Ouro, pois contará com telhado verde e sistema de reuso de água em todos os edifícios. Além disso, os apartamentos são orientados de acordo com o sol, para melhorar a temperatura interna.



Imagem: Piniweb.com.br

A preocupação em tornar espaços urbanos mais agradáveis é uma tendência em novos empreendimentos imobiliários, o que os tornam sofisticados além de valorizar o indivíduo que transita pelo local.

Fonte: Maurício Lima
 
 
COMENTÁRIO
 
 
Com projeto inovador de revitalização da área do Washington Convention Center,  espaço valorizará a construção, tendo em vista a quantidade de pavimentos,  que poderá ser bem aproveitado com diversificação de ambientes.
Outro ponto importante do projeto é o compromisso com meio ambiente, onde serão usados recursos como telhado verde e sistema de reuso de água.
Seguindo a tendência de mercado que é a sofisticação e a preocupação com meio ambiente, a revitalização trará benefícios imensuráveis também para população.

Espaço cultural ajudará a revitalizar Recife Antigo


Após uma sequência de imagens do agreste, o triângulo passou a marcar o ritmo do baião e começou a ecoar a narrativa: “Só voltei pro sertão 16 anos depois de minha ribada...”. A plateia enlouquecida não deixava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos últimos dias de seu mandato, se concentrar para ouvir a história de seu ídolo e xará - Luiz Gonzaga, o rei do baião.
A imagem e o som vinham do vídeo a que Lula assistia no Recife, em comemoração do lançamento oficial, em dezembro passado, do projeto do Cais do Sertão, um centro cultural dedicado a Gonzaga. Além de homenagear um dos autores de “Asa branca”, o espaço terá como pano de fundo a temática do sertão brasileiro.
“O sertão não está relacionado só com Pernambuco ou com o Nordeste: ele se estende por grande parte do país. O sertão é Guimarães Rosa, por exemplo”, observa Marcelo Ferraz, que, junto com seu sócio no escritório Brasil Arquitetura, Francisco Fanucci, assina o projeto arquitetônico.
O centro cultural ocupará uma gleba na zona portuária do Recife Antigo e ambiciona ser uma peça importante na revitalização da região.
O desenho propõe um diálogo franco com o único imóvel tombado do entorno, a torre Malakoff. “Inicialmente, a ideia era ocupar um galpão que existe no porto e construir outro volume ao lado. Estamos fazendo algo parecido: no espaço que estava vazio se erguerá um edifício usando alguns elementos do antigo, que será demolido para dar lugar a um bloco novo”, conta Fanucci.
A decisão, que pode parecer um contrassenso, cria um respiro na frente da torre ao abrir um grande vão no nível do pedestre. Assim, o projeto estabelece uma relação direta com o bem tombado: enquanto o prédio antigo (hoje cercado por muro) é valorizado, o novo, com seu gesto, conecta-se à história.
A entrada do centro cultural fica do lado oposto, mais próximo da área de desembarque de navios de passageiros. Os arquitetos criaram uma praça de acesso que evoca o juazeiro, árvore do sertão presente no largo que era local de encontro de sanfoneiros em Exu, cidade natal de Gonzaga.
A abertura na laje de concreto permitirá que o juazeiro cresça. “Quando o sol bater ali, o piso da praça de acesso ficará marcado com a galhada”, antevê Ferraz.
O projeto arquitetônico foi concebido juntamento com a curadoria, realizada por Isa Grinspum Ferraz, Helena Tassara e Marcelo Macca. Depois de algumas peças históricas de Gonzaga, o visitante vai “mergulhar” no sertão ao entrar no “útero”, um espaço ovalado de aço cortén com projeções em toda a volta.
No térreo, o roteiro é indicado pelo rio São Francisco - reverberando a ideia de Lina Bo Bardi no Sesc Pompeia - e conduz o frequentador a uma série de experiências balizadas por temas como “ocupar o sertão”, “viver no sertão” e “trabalhar no sertão”.
Além de outras atrações, o percurso termina no mezanino, onde os visitantes poderão gravar em estúdio versões de músicas de Gonzaga. O edifício possui ainda biblioteca e discoteca multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório com 260 lugares, oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.


Um dos pontos altos do projeto de arquitetura é o fechamento do prédio novo com elementos vazados de concreto, de 1 x 1 metro, desenhados pela equipe. Além de sombrear e criar galerias internas interessantes, a proposta caracteriza o centro cultural usando a memória arquitetônica do modernismo brasileiro. Ali, é Luiz Nunes - autor da caixa-d’água de Olinda - quem encontra Luiz Gonzaga.



Texto de Fernando Serapião
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011

Comentario
O projeto cais do sertão foi apresentado por Luiz Inácio Lula da Silva, nos últimos dias de seu mandato, o centro cultural ocupará uma gleba na zona portuária do Recife Antigo e ambiciona ser uma peça importante na revitalização da região.
O ponto mais alto do projeto é o juazeiro, árvore do sertão presente no largo que era local de encontro de sanfoneiros .Os arquitetos criaram uma praça de acesso que evoca o juazeiro a cobertura na laje de concreto permitirá que o juazeiro cresça. O edifício possui ainda biblioteca e discoteca multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório com 260 lugares, oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.