sexta-feira, 29 de abril de 2011

COMPLEXO CULTURAL DE VITÓRIA



Complexo cultural promove elogio ao território construído
A carência de equipamentos culturais de maior porte em Vitória levou o governo do estado do Espírito Santo a convidar o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 2007, para desenvolver naquela cidade um conjunto que atendesse a essa demanda.
O Cais das Artes, cujas obras começaram no ano passado e devem ser concluídas até o final de 2011, é o primeiro projeto do arquiteto construído em sua cidade natal. Ele está sendo implantado na enseada do Suá, em terreno remanescente de um aterro executado na década de 1970 - uma extensa esplanada situada defronte ao canal que conforma a ilha onde se localiza a capital capixaba.
Em memorial, o autor define a proposta como um elogio a esse território constituído pelo conflito entre a natureza e a construção, numa cidade cotidianamente animada pela presença do porto e o enérgico trabalho nas docas. Sua característica central, segundo Mendes da Rocha, é a valorização do entorno paisagístico e histórico de Vitória.
A devoção a esse território levou o arquiteto a tratar a esplanada como uma praça aberta - “um passeio público junto ao mar”, em suas palavras - e a suspender do solo os edifícios do museu e do teatro, para permitir que dali se avistasse o patrimônio natural e arquitetônico da cidade, como as montanhas de Vila Velha e o convento da Penha, do outro lado do canal. A praça contará com cafés, livrarias, espaços para espetáculos cênicos e exposições ao ar livre.


A visão do entorno a partir dela ganhará nova perspectiva no percurso de visitação do museu, cuja circulação vertical se dará em rampas com patamares cristalinos. O próprio conjunto, aliás, deve se tornar uma referência visual.
O Cais das Artes é composto basicamente pelo bloco do museu, com área expositiva de 3 mil metros quadrados, e o do teatro, que terá capacidade para 1,3 mil pessoas.
O primeiro apresenta a lógica estrutural clara que costuma distinguir os trabalhos de Mendes da Rocha: são duas grandes vigas de concreto paralelas, distantes 20 metros entre si e apoiadas cada uma em apenas três pontos.
Entre elas, os salões para exposições se distribuirão em três níveis e extensões variadas. São ambientes que se interligarão visualmente e se relacionarão com a praça por meio de caixilhos inclinados que permitirão a entrada de luz indireta refletida no piso.
O complemento do programa está acomodado em uma torre (22 x 22 metros) que desce à cota do chão e se conecta ao volume principal por pequenas pontes.





No edifício destinado ao teatro, a lateral mais longa (69 metros) contará, em toda a sua extensão, com galerias generosamente largas. Nelas vai ocorrer a circulação tanto de público como de artistas e técnicos, além de abrigarem camarins, salas de apoio e equipamentos. O contato da edificação com o solo se dará apenas nas áreas técnicas sob o palco e no restaurante - este, coberto pelo próprio prédio, vai abrir-se para o passeio. Os pilares extremos do edifício se posicionarão dentro da água, “opção que se justifica pela similaridade entre as características do solo do aterro hidráulico recente e as do leito do canal”, pondera o arquiteto no memorial.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011







COMENTÁRIO



Um importante complexo cultural será construído no Espírito Santo para atender cultura local e valorizar entorno paisagístico e histórico de Vitória.  O arquiteto Paulo Mendes inovará com projeto e principal foco em atender a circulação tanto do público, quanto dos colaboradores do complexo.
Este complexo será impar na cidade, tratando ambiente como uma praça aberta, inovando no conceito arquitetônico da cidade.
Sem dúvida este complexo será de grande valor para população, onde em um só local oferecerá cafés, livrarias, espaços para espetáculos e exposições ao ar livre, e é claro um ambiente inovador e uma nova perspectiva cultural, arquitetônica e paisagístico.


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