domingo, 10 de abril de 2011

Requalificação dá novo desenho à região da Luz







Com uma caminhada pelas ruas da Luz, num final de tarde do início de janeiro, mais uma cena foi incorporada ao roteiro de persuasão de que o local será, finalmente, transformado. Microcosmo da evolução arquitetônica paulistana e vítima de um processo urbano que a levou ao declínio e à tomada pelos consumidores de crack, a região da Luz, na área central de São Paulo, está se habilitando a ingressar num projeto de requalificação que deverá ter a iniciativa privada como protagonista.
O passeio que reuniu técnicos e jornalistas foi promovido pelo Consórcio Nova Luz, que está elaborando a proposta de requalificação. Vencedor de licitação realizada no ano passado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, o grupo é formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia. City, Aecom Technology Corporation e Fundação Getúlio Vargas.
A área delimitada para a intervenção abrange 45 quadras no perímetro das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João, Duque de Caxias e rua Mauá. Em dezembro, o consórcio apresentou a segunda etapa do projeto Nova Luz; para meados de janeiro, estava agendada uma audiência pública para debate e apresentação de sugestões.
A prefeitura estipulou o mês de abril como prazo para que se conclua o projeto e se possa então lançar a licitação para implementar as propostas. O masterplan foi desenvolvido pelo escritório norte-americano Aecom; a Cia. City responde pela urbanização da Zona Especial de Interesse Social (Zeis) contida no plano.


Nessa etapa são estabelecidas as linhas estruturadoras, com sugestões de massa que irão orientar a implantação pelo vencedor da licitação. As soluções delineadas até o momento buscam estimular o aumento de moradias na área (conservando a população que ali já reside), incrementar atividades econômicas com foco num polo tecnológico e ampliar áreas verdes e públicas.
Pretende-se também intensificar a vocação cultural que está se consolidando no eixo rua Mauá/Estação da Luz. O plano dividiu as quadras em cinco macrossetores: Nova Luz Distrito Cultural e Entretenimento, Timbiras Tecnologia, Nébias, Corredor Rio Branco e Triunfo.
O setor Timbiras Tecnologia abrange trechos das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João e rua Aurora, organizando-se ao longo de um parque linear que deverá conectar a escola técnica (Etec) em implantação à praça da República/Arouche.
Atrair empresas de tecnologia com incentivos fiscais, valorizando também as opções de transporte público disponíveis, é a estratégia adotada. “Os escritórios criados poderão trazer empresas de porte que requerem grandes lajes corporativas, permitindo a criação de edifícios inteligentes”, antevê o estudo.

Justaposto ao Timbiras Tecnologia e contido entre as avenidas São João, Duque de Caxias e ruas Guaianases e Aurora, está o setor Nébias (referência à rua Conselheiro Nébias). O diagnóstico identificou e pretende reforçar, nesse trecho, a concentração de edifícios residenciais e hotéis.
Aqui, a proposta mais impactante é a criação de um espaço de lazer e permanência com ampla área verde, denominado Parque de Vizinhança Nébias, conectado com a praça Júlio de Mesquita.
O Corredor Rio Branco é delimitado pelas ruas Santa Ifigênia, Guaianases, Aurora e avenida Duque de Caxias. O levantamento mostrou que a área apresenta vários edifícios residenciais com mais de 200 unidades habitacionais e, ao mesmo tempo, diversos lotes sem construção.
A sugestão é erguer na avenida um conjunto comercial para escritórios com grandes lajes, sendo o térreo ocupado por lojas e galerias. Dar à avenida o aspecto de bulevar - alargamento do espaço para pedestres, redução das faixas de rolamento, mais arborização e nova iluminação - visa estimular a apropriação do local para circulação e permanência.
Situado entre as avenidas Duque de Caxias e Cásper Líbero e as ruas Mauá e do Triunfo (nesta com um recorte que avança em quadra adjacente), o Nova Luz Distrito Cultural e Entretenimento se estabeleceria com os galpões e estacionamentos existentes cedendo lugar a um centro de lazer com cinemas, teatros, cafés e restaurantes.
Mais largas, as calçadas ligarão a Estação da Luz aos futuros empreendimentos, e o encontro da Duque de Caxias com a Mauá se transformaria também em um bulevar.
O quinto setor, Triunfo, é limitado, de um lado, pela rua Santa Ifigênia e no seu oposto pela rua do Triunfo, com as laterais conformadas pelas ruas Aurora e General Osório. Por se tratar da parte onde atualmente, de acordo com o diagnóstico, é mais baixa a concentração de moradores, o plano estimula a ocupação residencial e aponta condições para a implantação de apartamentos para diversos segmentos de renda e perfis familiares. Um conjunto contendo escola, biblioteca, creche e serviços ocuparia a interseção das ruas dos Gusmões e dos Andradas.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011
COMENTARIO

A região da Luz, na área central de São Paulo, está se habilitando a ingressar num projeto de requalificação, a área delimitada para a intervenção abrange 45 quadras no perímetro das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João, Duque de Caxias e rua Mauá.
Apesar de ser uma região tradicional da cidade essa região tem um intenso fluxo de pessoas durante o dia, mas sofre com problema de locais ermos durante a noite por falta de moradores, o que gera um grande índice de criminalidade que levou ao declínio e à tomada pelos consumidores de crack.
As soluções delineadas até o momento buscam estimular o aumento de moradias na área (conservando a população que ali já reside), incrementar atividades econômicas com foco num pólo tecnológico e ampliar áreas verdes e públicas.

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