sábado, 30 de abril de 2011

Visita Tecnica Iate Clube de Lagoa Santa

O Iate Clube de Lagoa Santa – fundado em 1979 – encontra-se em total descaso e abandono pelo Poder Público.  Suas instalações servem atualmente para abrigar moradores de rua e usuários de drogas, provocando medo aos que por ali necessitam transitar à noite.  Este patrimônio público já foi uma das  melhores opções de lazer e turismo da cidade de Lagoa Santa.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

COMPLEXO CULTURAL DE VITÓRIA



Complexo cultural promove elogio ao território construído
A carência de equipamentos culturais de maior porte em Vitória levou o governo do estado do Espírito Santo a convidar o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 2007, para desenvolver naquela cidade um conjunto que atendesse a essa demanda.
O Cais das Artes, cujas obras começaram no ano passado e devem ser concluídas até o final de 2011, é o primeiro projeto do arquiteto construído em sua cidade natal. Ele está sendo implantado na enseada do Suá, em terreno remanescente de um aterro executado na década de 1970 - uma extensa esplanada situada defronte ao canal que conforma a ilha onde se localiza a capital capixaba.
Em memorial, o autor define a proposta como um elogio a esse território constituído pelo conflito entre a natureza e a construção, numa cidade cotidianamente animada pela presença do porto e o enérgico trabalho nas docas. Sua característica central, segundo Mendes da Rocha, é a valorização do entorno paisagístico e histórico de Vitória.
A devoção a esse território levou o arquiteto a tratar a esplanada como uma praça aberta - “um passeio público junto ao mar”, em suas palavras - e a suspender do solo os edifícios do museu e do teatro, para permitir que dali se avistasse o patrimônio natural e arquitetônico da cidade, como as montanhas de Vila Velha e o convento da Penha, do outro lado do canal. A praça contará com cafés, livrarias, espaços para espetáculos cênicos e exposições ao ar livre.


A visão do entorno a partir dela ganhará nova perspectiva no percurso de visitação do museu, cuja circulação vertical se dará em rampas com patamares cristalinos. O próprio conjunto, aliás, deve se tornar uma referência visual.
O Cais das Artes é composto basicamente pelo bloco do museu, com área expositiva de 3 mil metros quadrados, e o do teatro, que terá capacidade para 1,3 mil pessoas.
O primeiro apresenta a lógica estrutural clara que costuma distinguir os trabalhos de Mendes da Rocha: são duas grandes vigas de concreto paralelas, distantes 20 metros entre si e apoiadas cada uma em apenas três pontos.
Entre elas, os salões para exposições se distribuirão em três níveis e extensões variadas. São ambientes que se interligarão visualmente e se relacionarão com a praça por meio de caixilhos inclinados que permitirão a entrada de luz indireta refletida no piso.
O complemento do programa está acomodado em uma torre (22 x 22 metros) que desce à cota do chão e se conecta ao volume principal por pequenas pontes.





No edifício destinado ao teatro, a lateral mais longa (69 metros) contará, em toda a sua extensão, com galerias generosamente largas. Nelas vai ocorrer a circulação tanto de público como de artistas e técnicos, além de abrigarem camarins, salas de apoio e equipamentos. O contato da edificação com o solo se dará apenas nas áreas técnicas sob o palco e no restaurante - este, coberto pelo próprio prédio, vai abrir-se para o passeio. Os pilares extremos do edifício se posicionarão dentro da água, “opção que se justifica pela similaridade entre as características do solo do aterro hidráulico recente e as do leito do canal”, pondera o arquiteto no memorial.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011







COMENTÁRIO



Um importante complexo cultural será construído no Espírito Santo para atender cultura local e valorizar entorno paisagístico e histórico de Vitória.  O arquiteto Paulo Mendes inovará com projeto e principal foco em atender a circulação tanto do público, quanto dos colaboradores do complexo.
Este complexo será impar na cidade, tratando ambiente como uma praça aberta, inovando no conceito arquitetônico da cidade.
Sem dúvida este complexo será de grande valor para população, onde em um só local oferecerá cafés, livrarias, espaços para espetáculos e exposições ao ar livre, e é claro um ambiente inovador e uma nova perspectiva cultural, arquitetônica e paisagístico.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Projeto de revitalização em Washington é exemplo de bom gosto

Na última semana, começaram as obras de revitalização da área do Washington Convention Center, na capital dos Estados Unidos. O projeto, denominado CityCenter DC, é do arquiteto Norman Foster, que desenhou quatro novos prédios para a área de 40,4 mil m² antes ocupada por um grande edifício. O espaço valorizará os pedrestres e as construções de dez pavimentos cada abrigarão hotéis, escritórios, apartamentos, restaurantes e lojas.


Imagem: Piniweb.com.br


O projeto deve receber o certificado LEED Ouro, pois contará com telhado verde e sistema de reuso de água em todos os edifícios. Além disso, os apartamentos são orientados de acordo com o sol, para melhorar a temperatura interna.



Imagem: Piniweb.com.br

A preocupação em tornar espaços urbanos mais agradáveis é uma tendência em novos empreendimentos imobiliários, o que os tornam sofisticados além de valorizar o indivíduo que transita pelo local.

Fonte: Maurício Lima
 
 
COMENTÁRIO
 
 
Com projeto inovador de revitalização da área do Washington Convention Center,  espaço valorizará a construção, tendo em vista a quantidade de pavimentos,  que poderá ser bem aproveitado com diversificação de ambientes.
Outro ponto importante do projeto é o compromisso com meio ambiente, onde serão usados recursos como telhado verde e sistema de reuso de água.
Seguindo a tendência de mercado que é a sofisticação e a preocupação com meio ambiente, a revitalização trará benefícios imensuráveis também para população.

Espaço cultural ajudará a revitalizar Recife Antigo


Após uma sequência de imagens do agreste, o triângulo passou a marcar o ritmo do baião e começou a ecoar a narrativa: “Só voltei pro sertão 16 anos depois de minha ribada...”. A plateia enlouquecida não deixava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos últimos dias de seu mandato, se concentrar para ouvir a história de seu ídolo e xará - Luiz Gonzaga, o rei do baião.
A imagem e o som vinham do vídeo a que Lula assistia no Recife, em comemoração do lançamento oficial, em dezembro passado, do projeto do Cais do Sertão, um centro cultural dedicado a Gonzaga. Além de homenagear um dos autores de “Asa branca”, o espaço terá como pano de fundo a temática do sertão brasileiro.
“O sertão não está relacionado só com Pernambuco ou com o Nordeste: ele se estende por grande parte do país. O sertão é Guimarães Rosa, por exemplo”, observa Marcelo Ferraz, que, junto com seu sócio no escritório Brasil Arquitetura, Francisco Fanucci, assina o projeto arquitetônico.
O centro cultural ocupará uma gleba na zona portuária do Recife Antigo e ambiciona ser uma peça importante na revitalização da região.
O desenho propõe um diálogo franco com o único imóvel tombado do entorno, a torre Malakoff. “Inicialmente, a ideia era ocupar um galpão que existe no porto e construir outro volume ao lado. Estamos fazendo algo parecido: no espaço que estava vazio se erguerá um edifício usando alguns elementos do antigo, que será demolido para dar lugar a um bloco novo”, conta Fanucci.
A decisão, que pode parecer um contrassenso, cria um respiro na frente da torre ao abrir um grande vão no nível do pedestre. Assim, o projeto estabelece uma relação direta com o bem tombado: enquanto o prédio antigo (hoje cercado por muro) é valorizado, o novo, com seu gesto, conecta-se à história.
A entrada do centro cultural fica do lado oposto, mais próximo da área de desembarque de navios de passageiros. Os arquitetos criaram uma praça de acesso que evoca o juazeiro, árvore do sertão presente no largo que era local de encontro de sanfoneiros em Exu, cidade natal de Gonzaga.
A abertura na laje de concreto permitirá que o juazeiro cresça. “Quando o sol bater ali, o piso da praça de acesso ficará marcado com a galhada”, antevê Ferraz.
O projeto arquitetônico foi concebido juntamento com a curadoria, realizada por Isa Grinspum Ferraz, Helena Tassara e Marcelo Macca. Depois de algumas peças históricas de Gonzaga, o visitante vai “mergulhar” no sertão ao entrar no “útero”, um espaço ovalado de aço cortén com projeções em toda a volta.
No térreo, o roteiro é indicado pelo rio São Francisco - reverberando a ideia de Lina Bo Bardi no Sesc Pompeia - e conduz o frequentador a uma série de experiências balizadas por temas como “ocupar o sertão”, “viver no sertão” e “trabalhar no sertão”.
Além de outras atrações, o percurso termina no mezanino, onde os visitantes poderão gravar em estúdio versões de músicas de Gonzaga. O edifício possui ainda biblioteca e discoteca multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório com 260 lugares, oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.


Um dos pontos altos do projeto de arquitetura é o fechamento do prédio novo com elementos vazados de concreto, de 1 x 1 metro, desenhados pela equipe. Além de sombrear e criar galerias internas interessantes, a proposta caracteriza o centro cultural usando a memória arquitetônica do modernismo brasileiro. Ali, é Luiz Nunes - autor da caixa-d’água de Olinda - quem encontra Luiz Gonzaga.



Texto de Fernando Serapião
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011

Comentario
O projeto cais do sertão foi apresentado por Luiz Inácio Lula da Silva, nos últimos dias de seu mandato, o centro cultural ocupará uma gleba na zona portuária do Recife Antigo e ambiciona ser uma peça importante na revitalização da região.
O ponto mais alto do projeto é o juazeiro, árvore do sertão presente no largo que era local de encontro de sanfoneiros .Os arquitetos criaram uma praça de acesso que evoca o juazeiro a cobertura na laje de concreto permitirá que o juazeiro cresça. O edifício possui ainda biblioteca e discoteca multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório com 260 lugares, oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.


Transformação reconcilia cidade com a orla do Guaíba

Como boa parte das cidades brasileiras, Porto Alegre tem uma relação desleal com sua hidrografia: a capital gaúcha deu as costas para o rio Guaíba, que percorre parte de seu traçado urbano.
Um muro construído na área central na década de 1940, para conter as cheias, é um símbolo desse divórcio, acentuado quando, a partir dos anos 1970, a estrutura portuária que a servia perdeu importância e o cais Mauá entrou em progressivo declínio.
Ao longo dos anos, tentativas de recuperação desse território foram ensaiadas. A mais recente delas partiu do Consórcio Porto Cais Mauá do Brasil.
Em dezembro, o grupo assinou com o governo do estado um contrato de arrendamento da área por 25 anos e será responsável por implementar os projetos que fazem parte do Complexo Cais Mauá.
Sua intenção é que ao menos parte das obras previstas esteja implantada até 2014, quando Porto Alegre estará sediando jogos da Copa do Mundo.
O plano urbanístico do complexo é do escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, de Curitiba, e o esboço arquitetônico das edificações, do estúdio espanhol b720 Fermín Vázquez Arquitectos, mas em vários momentos os dois trabalharam em colaboração.
Na avaliação de Lerner, trata-se de um momento único na história de Porto Alegre: “A intervenção representa a chance não apenas de revitalizar o cais, mas a oportunidade de alavancar um novo momento para a cidade”, previu.
Reconciliar Porto Alegre e a região do cais contígua ao centro é o cerne da proposta, que a então governadora Yeda Crusius considerou, na assinatura do contrato, um presente de Natal para a população: o setor portuário se reintegrará à vitalidade e à riqueza da área central do município e a devolução da beira-rio ao usufruto da cidade conterá o declínio do local, avaliam os participantes do consórcio.
“Tivemos o cuidado de que o projeto não tivesse só viabilidade financeira. A ideia é recuperar os armazéns e criar um marco para a cidade, fazendo dele uma injeção de vida em Porto Alegre”, observou Lerner.
A recuperação da área, argumentam o arquiteto e seus colegas de projeto, é parte de um processo maior de qualificação do centro, que envolve mobilidade, turismo, revitalização de espaços públicos e do patrimônio histórico.
O consórcio é responsável pela construção, manutenção, conservação, melhoria, gestão, exploração e operação do empreendimento, que se complementa com a implantação de edifícios empresariais, culturais, de lazer, entretenimento e turismo.
A intervenção está dividida em três setores: Gasômetro (37 mil metros quadrados), Armazéns (86 mil metros quadrados) e Docas (64 mil metros quadrados).
Setor Gasômetro1. Centro comercial

Setor Armazéns
2. Beira-rio / 3. Deques / 4. Via interna / 5. Armazéns / 6. Pórtico principal / 7. SPH / 8. Terminal hidroviário / 9. Praça de sombra

Setor Docas
10. Hotel e centro de negócios / 11. Centro de negócios / 12. Frigorífico / 13. Beira-rio / 14. Via de acesso
15. Principal acesso de veícul
O primeiro corresponde ao trecho final da avenida Mauá, em frente da praça Brigadeiro Sampaio e ao lado da usina do Gasômetro. O setor Armazéns, que tem cerca de 1,4 mil metros de frente para o Guaíba, equivale ao território paralelo à avenida Mauá e vai do mercado público até a praça Brigadeiro Sampaio.
Trata-se, segundo o diagnóstico do plano, da parte mais limitante dos trabalhos, uma vez que vários imóveis no trecho são protegidos pelo patrimônio histórico.
Também paralelo à avenida Mauá, o setor Docas tem cerca de 400 metros de frente para a água e abrange o trecho entre a rodoviária e o mercado público - nesse segmento estão as docas de atracação do antigo porto, galpões utilizados como depósitos, um antigo frigorífico e a praça Edgard Schneider.
No setor Gasômetro, o projeto deu ênfase às atividades comerciais, que estarão abrigadas em uma edificação baixa e integrada ao entorno. Ela abrirá o circuito e estará ligada ao Centro Cultural Usina do Gasômetro e à sequência da orla, fortalecendo a frente fluvial da cidade.
As construções, informam os autores, não vão obstruir a relação entre Porto Alegre e o Guaíba. A conexão do setor com a praça se fará através do rebaixamento da avenida João Goulart, permitindo uma nova ligação entre o cais e a cidade.
É no setor Armazéns que se situam os espaços destinados a cultura, lazer, gastronomia, educação e artesanato. A proposta para essa área procurou minimizar as interferências visuais, que buscarão apenas complementar e valorizar os elementos existentes em função de seus novos usos.
O plano considera esse setor estratégico para a intervenção, uma vez que permite uma série de costuras entre o cais e o tecido urbano circundante, além de consolidar um nó intermodal de transporte coletivo, próximo da praça Revolução Farroupilha.
O maior impacto no setor Docas virá da implantação de três torres, que deverão reanimar uma área hoje considerada pouco dinâmica. A vocação do setor, antevê o plano, é acolher as âncoras empresariais e hoteleiras do complexo.
Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011
Por conter fluxos viários metropolitanos e urbanos, o setor receberá um dos principais bolsões de estacionamento. Situado na terceira doca, o antigo frigorífico se tornará espaço cultural e de convívio.

COMENTARIO
A revitalização de Porto Alegre será uma transformação, com a chegada da copa do mundo em 2014 a cidade se prepara para receber os turistas revitalizando os espaços públicos criando um marco para a cidade. Esse projeto é bastante ousado o setor portuário se reintegrará à vitalidade e à riqueza da área central do município e a devolução da beira-rio ao usufruto da cidade
 “A intervenção representa a chance não apenas de revitalizar o cais, mas a oportunidade de alavancar um novo momento para a cidade”

Prós e contras da revitalização de centros urbanos

Os projetos de recuperação e preservação de centros históricos, associados a processos de reestruturação urbana, têm sido uma constante no Brasil, principalmente a partir do final da década de 80 e início de 90. Pelourinho em Salvador, Bairro do Recife na capital pernambucana e o corredor cultural no Rio de Janeiro são alguns exemplos nacionais de locais que vêm sofrendo este tipo de intervenção. Barcelona, Nova Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires estão entre os exemplos internacionais que marcam o fenômeno mundial de revitalização ou remodelação urbana.
Apesar de ocorridos em diferentes localidades e de possuírem peculiaridades, os projetos são semelhantes no fato de terem obtido investimentos vultosos em locais com grande potencial turístico, que abrigam interesses históricos e que, em períodos anteriores, tiveram um apogeu relacionado a uma atividade econômica específica.
Certamente existem as mais variadas combinações entre o que deve ou não ser realizado na remodelação urbana, mas o fenômeno, no Brasil, é marcado por duas posições que mais se destacam no debate sobre o tema. Em linhas gerais, de um lado, defende-se a necessidade de reestruturação de centros urbanos dada a caracterização desses locais nos últimos anos pela violência, marginalidade, decadência das construções etc. Esse grupo afirma que investimentos do setor público e privado podem reverter esse quadro, tornando os locais mais atrativos, inclusive para novos investimentos, o que impediria que se iniciasse um novo empobrecimento após a recuperação. A principal aposta é na preservação do patrimônio histórico e nos investimentos culturais.
De outro lado, acusa-se as iniciativas de revitalização dos centros urbanos de reproduzir um processo de "gentrificação", isto é, o enobrecimento de locais anteriormente populares. O resultado desse processo seria a produção de uma cidade desigual, com a expulsão da população de baixa renda das regiões revitalizadas em prol de interesses econômicos das elites, que se beneficiariam. Nessa visão, a cultura torna-se apenas um captador de investimentos, uma mercadoria em torno da qual formula-se (importa-se) um consenso sobre o que deve ser a cidade, financiado pelo capital privado e internacional.
O professor Silvio Mendes Zanchetti, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a professora Norma Lacerda, diretora geral de urbanismo da prefeitura de Recife, avaliam a revitalização de áreas históricas como uma estratégia de desenvolvimento local. Segundo eles, em função do declínio da economia e da crise fiscal e financeira que caracterizou a economia no início da década de 80, o governo central desobrigou-se das políticas públicas, transferindo responsabilidades para outras instâncias, como os municípios. Nesse contexto, deixou-se de manter o modelo de investimentos em infraestrutura urbana e as prefeituras foram obrigadas a gerar recursos e elaborar novas estratégias de desenvolvimento.
Para Zanchetti e Lacerda da UFPE, num mundo globalizado o que decide o jogo da competição por investimentos produtivos são as especificidades das localidades, sustentadas pelos atributos ambientais, culturais e históricos das cidades. "As antigas áreas urbanas assumem um papel importante na construção de políticas locais de desenvolvimento. São políticas de desenvolvimento voltadas, em geral, para a revitalização de áreas urbanas deprimidas, subutilizadas ou abandonadas, que perderam vitalidade econômica", dizem.
Mas as questões sobre a revitalização urbana não encontram apenas esse tipo de avaliação. A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, Ermínia Maricato (veja artigo nesta edição), abordou outro ponto de vista durante a abertura da conferência "Cidades, populações urbanas" no segundo Fórum Social Mundial. A professora da FAU - USP apontou a disseminação de modelos internacionais de urbanismo, que atropelam condições ambientais e culturais específicas de cada sociedade, especialmente nos países periféricos"
A crise econômica e financeira da década de 80 e a consequente transferência de responsabilidades do governo central para outras instâncias, apontadas por Zanchetti e Lacerda, são pensados a partir do desmonte do Estado provedor relacionado ao processo de globalização. As conseqüências disso são a perda de direitos sociais econômicos, a privatização de serviços públicos e o fortalecimento da ditadura do mercado, entre outras. Em "Cidade do Pensamento Único", os professores Ermínia Maricato, Carlos Vainer e Otília Arantes chamam atenção para esse processo. Arantes destaca ainda a mercantilização e a centralidade da cultura, num processo comandado pelo capital, que caracteriza os modelos europeu e americano de cidade-empresa-cultural importados pelo Brasil. Ainda segundo Ermínia Maricato, as cidades de países periféricos e semi-periféricos acabam, constituindo ilhas em determinados locais que mimetizam o Primeiro Mundo, onde residem os detentores do capital, cercados de "cidades ocultas" ignoradas pelo Estado.
Para Carlos Vainer, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os debates sobre revitalização de áreas urbanas, centros urbanos ou áreas históricas das cidades incorrem num grande equívoco. "A discussão está fundada na idéia de que estas áreas não possuem vitalidade. Na verdade, essas áreas têm uma extraordinária vitalidade, mas foram, em muitos casos, ocupadas por grupos sociais de baixa renda. O que está sendo feito é renegar um tipo de vitalidade e recuperar essas áreas para determinados grupos sociais", afirma ele.
Vainer defende que o problema dessas áreas não é a de falta de vitalidade mas a falta de investimento público, justamente porque são locais ocupados pelas camadas menos favorecidas. Ele contradiz a afirmação de que as classes de baixa renda não valorizam áreas históricas ou as áreas urbanas em que vivem. "A sobrevivência da riqueza patrimonial dessas regiões se deu graças aos grupos de baixa renda e não a outros. É como expulsar os índios da floresta para preservá-las, sendo que, graças a eles, ela ainda está preservada. Mesmo assim, retiram os índios e fazem reservas indígenas", diz ele.
Outra acusação de Vainer é em relação às parcerias entre os setores público e privada, nas quais ocorre transferência de investimentos do primeiro para o segundo. "Se não fosse o investimento público, o investimento privado seria praticamente inviável. O público entra com o dinheiro e o privado com os benefícios decorrentes da valorização imobiliária e de projetos de natureza econômica", diz. Ele classifica como escandaloso o projeto Estação das Docas para revitalização da zona portuária da cidade de Belém, promovido pelo governo do estado. Segundo ele, o projeto construiu um shopping e restaurantes luxuosos, financiados com vinte milhões de reais do dinheiro público. "Um projeto que só se sustenta com dinheiro público e que é destinado à parcela mais rica da cidade de Belém", conclui.

COMENTARIO
Percebe-se que projetos de revitalização e preservação de centros históricos são alvos de altos investimentos durante anos contínuos, ligados diretamente a reestruturação urbana. É interessante observar que os casos de revitalização apresentam uma articulação entre o apelo turístico  e afastamento da população dos centros urbanos, como uma prática usualmente excludente,  e uma vigorosa resistência a estes processos,  com apropriações bastante inovadoras das áreas revitalizadas.


Revitalização de espaços públicos é ferramenta para prevenção da violência

”Revitalizar espaços públicos significa não somente reformar concretamente um equipamento, mas desenvolver um outro modo de ocupação”. Assim, Marcus Góes, coordenador da área de juventude do Instituto Sou da Paz define um dos principais pilares do projeto Praças da Paz SulAmérica – a mobilização da comunidade em torno de um espaço público que ela própria ajuda a repensar e reconstruir.

A situação das praças, parques, áreas de lazer nas grandes cidades é difícil, principalmente nas periferias. Em sua maioria, estes espaços têm sido abandonados tanto pelo poder público como pela população e vêm se deteriorando. Além disso, são geralmente mediados pelo uso da força e as decisões sobre o tipo de utilização, freqüência e sobre quem tem o direito de utilizá-los fica nas mãos daqueles com uma postura mais violenta. Consequentemente, muitas pessoas se afastam, principalmente as crianças, as mulheres e os idosos.

“A ocupação promovida pela revitalização dos espaços de forma coletiva re-estabelece as relações de confiança, intensifica-se a convivência, gerando mais sensação de segurança. O aumento da participação dos moradores nas atividades e o desenvolvimento de ações de interesse comum consolida a praça como um local para o fomento da cultura, do esporte e do lazer”, explica Marcus. O espaço público da praça se torna um local de aprendizado para a negociação de interesses coletivos e resolução dos conflitos pelo diálogo. Estas mudanças contribuem muito para a diminuição da violência.
COMENTARIO
A população faz uso desses espaços públicos  quando eles têm infra estrutura para acolher os moradores, por isso os governantes não podem abandonar esses espaços dando manutenção para que a sociedade esteja sempre presente, quando isso não acontece o espaço fica sendo alvo de violência depredação afastando os moradores daquele local.

Praça da Estação

A centenária Praça da Estação em sua melhor fase

Reforma ocorrida ao longo da primeira década deste século deu vida nova a espaço público no Centro de BH

Carolina Coutinho - Repórter - 4/04/2011 - 16:34

Emmanuel Pinheiro
Depois de anos de tantas intervenções urbanas e arquitetônicas ao seu redor, e até um certo localizada bem no Centro de Belo Horizonte, parece estar hoje em sua melhor forma. Palco de festas e de manifestações e do simples ir e vir de pessoas, o espaço público se transformou em um dos principais pontos turísticos da capital, e é reconhecida pela população como uma bela opção de lazer. Pesquisadoras afirmam que a revitalização abandono pelo poder público, a centenária Praça da Estação, inaugurada em 1904 e ocorrida ao longo da primeira década deste século deu vida nova ao local.

A Praça da Estação foi objeto de estudo do mestrado da historiadora Michele Arroyo, atual diretora de Patrimônio Cultural da capital, concluído em 2004, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Segundo ela, a praça sempre foi um espaço de referência simbólica dos belo-horizontinos por ter sido o primeiro local de chegada e saída da cidade. Antigamente, sem o acesso às várias opções de transporte que temos hoje, a população só viajava de trem. E era nessa praça a estação principal de Belo Horizonte.

Mas mesmo após as mudanças na infraestrutura de transporte na cidade, com a introdução de ônibus de viagem, carros particulares e de avião, de acordo com Michele Arroyo, a Praça da Estação continuou sendo um forte símbolo. O espaço passou a ser o ponto de ligação do centro para os bairros no que se refere ao uso do transporte público. Com a implantação do metrô, a praça ganhou ainda mais importância.

“Ela sempre teve um caráter simbólico por estar localizada no centro da cidade. Foi e é um importante ponto de manifestações políticas e, agora, de festas populares. A praça passou por uma fase de abandono, mas foi restaurada e hoje é um importante espaço de cultura e lazer. Além disso, é o caminho de casa para o trabalho, e vice-versa, de muita gente”, afirmou.

A arquiteta e urbanista Eveline Prado Trevisan, mestranda em Ciências Sociais pela PUC Minas, também foca sua tese no centro da cidade, mais especificamente no que ela chama de “baixo centro”, justamente onde está localizada a Praça da Estação. Uma de suas conclusões é que a revitalização proporcionou ao local uma diversidade maior de atividades e de pessoas.

“O estudo constatou que após a revitalização, pessoas de diversas classes sociais passaram a frequentar o espaço e os ambientes neles instalados, como o Museu de Artes e Ofícios, os bares e casas noturnas e o comércio”, ressalta ela, que participou do projeto de revitalização do espaço público.

Eveline lembra que o que mais contribuiu para a diversidade de frequentadores foi a forma com a prefeitura trabalhou na revitalização, sem fazer desapropriações. “Ela respeitou os moradores e comerciantes locais, que continuaram ali e hoje se sentem parte daquele espaço”, afirmou.

Beleza que atrai turistas

Admirados com o edifício da Estação Central da praça e com o acervo do Museu de Artes e Ofícios, os turistas italianos Giuseppe Arcuri, 33 anos, e Giouseppina Longo, 52 anos, disseram que o local é um dos mais bonitos de Belo Horizonte.

“Este prédio é muito bonito e deve ser conservado. Parece com as edificações que temos na Itália. Sempre que eu venho a Belo Horizonte gosto de vir aqui”, disse Arcuri, que é projetista e casado com a belo-horizontina Bruna Cardoso, 23 anos.

A única observação crítica do projetista em relação ao espaço é a pouca arborização. “O Brasil é um país quente e, por isso, precisa de mais árvores. Aqui é um local onde existem poucas árvores e isso deveria ser repensado”, salienta o italiano.

As estudantes de Arquitetura Ana Suelem Campos, 21 anos, Isabella Marques, 19 anos, e Andressa Câmara, 18 anos, escolheram a Praça da Estação como o local da realização de um trabalho prático da faculdade. “Viemos aqui por ser um local agradável, bonito e movimentado. Este edifício é belíssimo, parece que nem estamos em Belo Horizonte”, disse Ana Suelem.

Movimento jovem renova o espaço público

O estudo da arquiteta e urbanista Eveline Prado Trevisan também concluiu que o Movimento Praia da Estação contribuiu para a valorização da praça como um bem público, que deve ser utilizado pela população. Trata-se de uma mobilização de jovens contra um decreto do prefeito Marcio Lacerda que proibia a realização de eventos no local, como forma de proteger o patrimônio público.

O primeiro Praia da Estação aconteceu em dezembro de 2009, logo após a nova norma. Depois de inúmeras edições do manifesto, o decreto foi alterado a favor dos jovens, em maio de 2010. Mesmo após a conquista , os jovens mantiveram o movimento. Em todas as edições do protesto, eles utilizam roupas de praia, como shorts, calções e biquínis. Alguns mais empolgados chegam a levar prancha de surfe como forma de incrementar o evento. Para dar a impressão que realmente estão na praia, um caminhão-pipa é contratado para refrescar os participantes.

O jornalista Bruno Vieira, 24 anos, um dos membros do movimento, diz que a praça representa um local de entretenimento. “Foi lá que eu assisti a dois dos melhores shows da minha vida, com a banda Nação Zumbi, em 2003, e Cordel do Fogo Encantado, em 2006. A praça é um espaço de cultura, entretenimento, que depois da reforma ficou muito bacana. A população tem que aproveitá-la”, aconselha.
http://www.portalhd.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/a-centenaria-praca-da-estac-o-em-sua-melhor-fase-1.262094
COMENTARIO
Praça da estação aconteceram  alguns problemas a respeito dos populares tomar banho no chafariz, enfim isso foi resolvido, e agora se tornou cenário das  manifestações publicas, tivemos a parada Gay, depois teve muitos shows, com entrada franca,  a virada de final de ano, que foi um verdadeiro sucesso e o carnaval. A população hoje utiliza a praça para os momentos de lazer e hoje ela têm mais segurança hoje a praça ganhou vida é freqüentada por toda a sociedade .

Revitalização: PBH promete início das obras em março na Savassi

Divulgação PBH

Quadrilátero deve ganhar fontes e mais espaço para pedestres.
A tão sonhada obra de revitalização da Savassi deveria ter seu início, segundo cronograma divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em fevereiro. O Carnaval já se foi, março já caminha para a metade e nada ainda começou, nem mesmo um plano de comunicação com a comunidade local, informando sobre as mudanças na rotina de trânsito e comércio. A previsão é de que as obras levem em torno de oito meses para serem concluídas.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Obras e Infraestrutura da PBH, o empreendimento está na fase de adequação do projeto e a previsão é de que as obras comecem ainda no mês de março. A primeira intervenção será no quarteirão fechado da rua Pernambuco. A obra prevê drenagem e revitalização da rua Pernambuco, entre  Tomé de Sousa e Fernandes Tourinho, além da Antônio de Albuquerque, entre ruas Alagoas e Paraíba, avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo, dentro do quadrilátero formado pelas ruas Alagoas, Paraíba, Tomé de Sousa e Fernandes Tourinho.
Todas as intervenções serão executadas por uma empresa licitada pela PBH e estão orçadas, ainda segundo a assessoria da Secretaria de Obras e Infraestrutura, em R$ 9,5 mi. Desse total, R$ 7,58 mi foram repassados pelos proprietários do Pátio Savassi, como previsto em projeto de Lei que autoriza o shopping a expandir sua área construída.
Uma rua no meio do caminho Divulgação PBH

Quarteirões fechados tranformados em calçadão.
A rua Antônio de Albuquerque parece ser a menina dos olhos de muita gente. Dentro do projeto de revitalização da Savassi apresentado pela prefeitura, as intervenções na rua se darão apenas nos quarteirões compreendidos entre as ruas Paraíba e Cristóvão Colombo e, do outro lado, entre as rua Alagoas e também a Cristóvão Colombo. Nesse último trecho, há um ponto de interseção com outro projeto: o Via Albuquerque, uma iniciativa de alguns empresários e moradores da rua na extensão de quatro quarteirões, começando na rua da Bahia e terminando justamente no quarteirão fechado com a avenida Cristóvão Colombo.
No ano passado, durante audiência pública na Câmara Municipal, a PBH se manifestou favoravelmente ao projeto da Via Albuquerque. De acordo com Liana Valle, representante da Regional Centro-Sul, uma iniciativa que nasce dos desejos da própria comunidade tem mais chances de se tornar viável. No entanto, a representante da PBH não esclareceu de que maneira será viabilizada financeiramente a obra da Via Albuquerque dentro do projeto de revitalização da Savassi. De acordo com a assessoria da Secretaria de Obras e Infraestrutura, não há qualquer referência à Via Albuquerque dentro da proposta de revitalização da Savassi que está em curso.
http://www.nasavassi.com.br/bairro/revitalizacao-pbh-promete-inicio-das-obras-em-marco-na-savassi/

COMENTARIO
A esperada revitalização da Praça Diogo de Vasconcelos, chamada com carinho de Praça da Savassi, e do seu entorno esta sendo aguardada com ansiedade pelos moradores, a revitalização vai trazer mais segurança para os pedestres e a intervenção transformará um dos cruzamentos mais movimentados da cidade em reduto de charme, com inspiração em bulevares europeus. A Praça da Savassi vai receber tratamento paisagístico, com jardins, fontes, nova iluminação e obelisco. Por outro lado, no período de obras, o endereço também se tornará um desafio para os órgãos de trânsito

Puerto Madero: exemplo de revitalização da área portuária

Caminhar pelo sofisticado bairro de Puerto Madero na capital argentina é encantar-se com a modernidade e imponência das edificações. Na zona portuária, é como ir de encontro a uma paisagem única do Rio da Prata com os antigos armazéns do cais totalmente restaurados. O antigo porto da capital argentina renovado e charmoso, é um dos pontos turísticos mais visitados de Buenos Aires.

Quem hoje vista Puerto Madero, um dos mais audaciosos e bem-sucedidos projetos de renovação urbanística do mundo, não imagina que o lugar tenha começado com um grande erro, no final do século 19. Foi quando ficou clara a vocação agroexportadora da Argentina e surgiu a polêmica sobre onde deveria ser construído o porto para dar vazão aos grãos e carnes produzidos nos pampas.

Embora a opção mais racional fosse alargar o Canal de Riachuelo, no bairro proletário de La Boca, venceu o projeto de um rico comerciante do Centro, Eduardo Madero. Ele propôs e, graças a amigos influentes, conseguiu construir uma série de diques em frente ao centro da cidade, onde havia um lamaçal.

Madero ganhou bons pesos vendendo terras em torno de seu empreendimento, mas, em pouco tempo, a faraônica empreitada - de 35 milhões de pesos-ouros - se provou ineficiente e os 16 prédios das docas foram abandonados.
Somente um século depois, precisamente em 1989, a cidade voltou a olhar para o porto e seus prédios de estilo inglês, tentando consertar o equívoco. E dessa vez, deu certo. O projeto, de mais de 2 bilhões de dólares, transformou a zona decadente em uma convidativa orla. Os antigos armazéns de tijolos vermelhos foram totalmente restaurados e se tranformaram em escritórios, residências, academias, bares, conjuntos de cinemas e restaurantes. Puerto Madero se tornou um charmoso bairro. Seu calçadão, de frente para o rio, é muito procurado por turistas e moradores, inclusive de outros bairros da cidade. Já é um clássico em Buenos Aires almoçar em um dos inúmeros restaurantes de parrillas de frente para o dique e ali tomar uma cerveja Quilmes, tão amada pelos portenhos.

Até o final da década de 80, Puerto Madero era um porto degradado com a maioria dos galpões do século passado abandonada. A solução encontrada para desatolar a área foi encontrada no governo de Carlos Menem. Após investimentos públicos e privados na recuperação e reforma da área, a região tornou-se um dos pontos turísticos e de negócios mais importantes de Buenos Aires. A restauração e refuncionalização dos antigos armazéns são vistas como um dos projetos mais importantes na valorização do espaço público em uma cidade da América Latina.



As obras públicas de infra-estrutura como drenagem, esgotos, serviços, pavimentação do cais, equipamentos urbanos, jardins e áreas verdes foram financiadas pelo leilão dos terrenos edificáveis. No início desse processo de revitalização da área, o empresariado relutou em fazer investimentos no local. Hoje, as principais empresas preferem se instalar em Puerto Madero devido à sua localização e a um número significativo de edifícios residenciais. O metro quadrado custa em torno de três mil dólares, o que explica o alto custo de vida nesta região. 


http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=3979

COMENTARIO
Eu já tive a oportunidade de estar em Buenos Aires e conhecer o Puerto Madero é um verdadeiro cartão postal da cidade e também conversei com as pessoas que me contaram como foi importante a revitalização do porto e como valorizou o local. E impossível ir a Buenos Aires e não conhecer  as antigas docas transformadas em restaurantes que  dão o maior charme não há nada melhor depois de uma refeição, caminhar sem pressa pelo calçadão de Puerto Madero  e pelos boulevares e as pontes proporcionam uma das melhores panorâmicas da capital.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

ENTREVISTA


Entrevistada: Juliana Fraga, moradora da cidade de Lagoa Santa

1 - Você já ouviu falar sobre revitalização?
Sim, acompanhei algumas informações que saiu no jornal sobre a revitalização da lagoa da Pampulha , mais não sei qual foi a conclusão.
2- Você acha necessária a requalificação da orla da lagoa?
Sim, a lagoa é um cartão postal da cidade merece todos os cuidados necessários serveria de exemplo para toda cidade que sofre hoje com descuido publico iria atrair também turistas moradores para a cidade e fortalecer o comercio local.
3- O que você acha que seria necessário para esta requalificação?
Melhorar os passeios, a iluminação da lagoa, a segurança eu como mulher não tenho coragem de dar a volta na lagoa após as 18:00, falta também local para os ciclistas sinalização.
4- Existe algum ponto de apoio para o lazer?
Apenas um areão que é um campo de futebol mas não possui nenhum tipo de infra estrutura .
5-  A cidade de lagoa Santa recebe muitos turistas e a lagoa é o principal ponto  de visita. Quais são as principais melhorias que deveriam ser feitas para receber estes turistas?
Para mim as principais melhorias é a criação de pontos de lazer que atendesse não só os turistas mas também a população local com por exemplo espaço para crianças. Acho interessante que os bares da orla se associarem com a prefeitura municipal para investir no entorno pois assim a lagoa irá ganhar força para se manter bem cuidada.
6- Você acha necessário uma ciclovia para a orla da lagoa?
Sim pois o passeio para atender os pedestres é pequeno cheio buracos e as vezes os ciclistas obriga os pedestre irem para rua por que não tem passagem acho um absurdo principalmente porque têm carros que vem com uma grande velocidade o que pode até ocasionar um grave acidente.
6- O que você mais sente falta na orla da lagoa?
Sinto falta de cultura, lazer, aparelhos para alongamento, bancos, lixeiras.
7- Para finalizar qual sua opinião sobre o Iate Clube de Lagoa Santa?
Sinceramente o Iate para mim é o maior absurdo desta cidade, o local é puro abandono e hoje serve para abrigar moradores de rua e ponto para consumo de drogas o local é muito perigoso é a maior vergonha, é bom lembra que o Iate faz parte da historia da cidade e no passado era um lugar bastante disputado pela sociedade.

domingo, 10 de abril de 2011

Requalificação dá novo desenho à região da Luz







Com uma caminhada pelas ruas da Luz, num final de tarde do início de janeiro, mais uma cena foi incorporada ao roteiro de persuasão de que o local será, finalmente, transformado. Microcosmo da evolução arquitetônica paulistana e vítima de um processo urbano que a levou ao declínio e à tomada pelos consumidores de crack, a região da Luz, na área central de São Paulo, está se habilitando a ingressar num projeto de requalificação que deverá ter a iniciativa privada como protagonista.
O passeio que reuniu técnicos e jornalistas foi promovido pelo Consórcio Nova Luz, que está elaborando a proposta de requalificação. Vencedor de licitação realizada no ano passado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, o grupo é formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia. City, Aecom Technology Corporation e Fundação Getúlio Vargas.
A área delimitada para a intervenção abrange 45 quadras no perímetro das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João, Duque de Caxias e rua Mauá. Em dezembro, o consórcio apresentou a segunda etapa do projeto Nova Luz; para meados de janeiro, estava agendada uma audiência pública para debate e apresentação de sugestões.
A prefeitura estipulou o mês de abril como prazo para que se conclua o projeto e se possa então lançar a licitação para implementar as propostas. O masterplan foi desenvolvido pelo escritório norte-americano Aecom; a Cia. City responde pela urbanização da Zona Especial de Interesse Social (Zeis) contida no plano.


Nessa etapa são estabelecidas as linhas estruturadoras, com sugestões de massa que irão orientar a implantação pelo vencedor da licitação. As soluções delineadas até o momento buscam estimular o aumento de moradias na área (conservando a população que ali já reside), incrementar atividades econômicas com foco num polo tecnológico e ampliar áreas verdes e públicas.
Pretende-se também intensificar a vocação cultural que está se consolidando no eixo rua Mauá/Estação da Luz. O plano dividiu as quadras em cinco macrossetores: Nova Luz Distrito Cultural e Entretenimento, Timbiras Tecnologia, Nébias, Corredor Rio Branco e Triunfo.
O setor Timbiras Tecnologia abrange trechos das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João e rua Aurora, organizando-se ao longo de um parque linear que deverá conectar a escola técnica (Etec) em implantação à praça da República/Arouche.
Atrair empresas de tecnologia com incentivos fiscais, valorizando também as opções de transporte público disponíveis, é a estratégia adotada. “Os escritórios criados poderão trazer empresas de porte que requerem grandes lajes corporativas, permitindo a criação de edifícios inteligentes”, antevê o estudo.

Justaposto ao Timbiras Tecnologia e contido entre as avenidas São João, Duque de Caxias e ruas Guaianases e Aurora, está o setor Nébias (referência à rua Conselheiro Nébias). O diagnóstico identificou e pretende reforçar, nesse trecho, a concentração de edifícios residenciais e hotéis.
Aqui, a proposta mais impactante é a criação de um espaço de lazer e permanência com ampla área verde, denominado Parque de Vizinhança Nébias, conectado com a praça Júlio de Mesquita.
O Corredor Rio Branco é delimitado pelas ruas Santa Ifigênia, Guaianases, Aurora e avenida Duque de Caxias. O levantamento mostrou que a área apresenta vários edifícios residenciais com mais de 200 unidades habitacionais e, ao mesmo tempo, diversos lotes sem construção.
A sugestão é erguer na avenida um conjunto comercial para escritórios com grandes lajes, sendo o térreo ocupado por lojas e galerias. Dar à avenida o aspecto de bulevar - alargamento do espaço para pedestres, redução das faixas de rolamento, mais arborização e nova iluminação - visa estimular a apropriação do local para circulação e permanência.
Situado entre as avenidas Duque de Caxias e Cásper Líbero e as ruas Mauá e do Triunfo (nesta com um recorte que avança em quadra adjacente), o Nova Luz Distrito Cultural e Entretenimento se estabeleceria com os galpões e estacionamentos existentes cedendo lugar a um centro de lazer com cinemas, teatros, cafés e restaurantes.
Mais largas, as calçadas ligarão a Estação da Luz aos futuros empreendimentos, e o encontro da Duque de Caxias com a Mauá se transformaria também em um bulevar.
O quinto setor, Triunfo, é limitado, de um lado, pela rua Santa Ifigênia e no seu oposto pela rua do Triunfo, com as laterais conformadas pelas ruas Aurora e General Osório. Por se tratar da parte onde atualmente, de acordo com o diagnóstico, é mais baixa a concentração de moradores, o plano estimula a ocupação residencial e aponta condições para a implantação de apartamentos para diversos segmentos de renda e perfis familiares. Um conjunto contendo escola, biblioteca, creche e serviços ocuparia a interseção das ruas dos Gusmões e dos Andradas.

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011
COMENTARIO

A região da Luz, na área central de São Paulo, está se habilitando a ingressar num projeto de requalificação, a área delimitada para a intervenção abrange 45 quadras no perímetro das avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João, Duque de Caxias e rua Mauá.
Apesar de ser uma região tradicional da cidade essa região tem um intenso fluxo de pessoas durante o dia, mas sofre com problema de locais ermos durante a noite por falta de moradores, o que gera um grande índice de criminalidade que levou ao declínio e à tomada pelos consumidores de crack.
As soluções delineadas até o momento buscam estimular o aumento de moradias na área (conservando a população que ali já reside), incrementar atividades econômicas com foco num pólo tecnológico e ampliar áreas verdes e públicas.